terça-feira, 7 de novembro de 2017

DIA SÉTIMO – A PERFEIÇÃO DAS COISAS: PARABÉNS!


Vem dos confins longínquos da Idade do Homem esta marca distintiva que coloca o numeral  da perfeição no sétimo dia da Criação. Onde figura o “7” aí fulgura o talismã da história.
Trago hoje à nossa mesa o glorioso “Dia 7 de Setembro de 1822”, em que  nas margens do Rio Ipiranga se proclamou a independência brasileira. E mais impressiva foi a minha emoção quando em 7 de Setembro de 1972 vi-me envolvido nessa comemoração em terras de Olinda e Recife, com o arcebispo revolucionário Hélder da Câmara bradando publicamente, em tempo de ditadura: “Nós queremos um Brasil Independente, sim, mas com os brasileiros, pelos brasileiros e para os brasileiros”.
Em 7 de Novembro de 1917, a força dos proletários organizados derrubava o império dos czares russos e implantava o sonho de um mundo igualitário e livre. Passados cem anos, o que hoje impera não é mais que um czarismo disfarçado de andrajos sem identidade. E foi por isso que  há 28 anos, precisamente, começou a abalar o fatídico muro da vergonha, reduzido a escombros dois dias depois.
Em 7 de Novembro de 1989,  do terro virgem nesta Ilha erguia-se um vagido de criança recém-nascida, como que prenunciando a vitória da liberdade sobre as ruínas do velho muro. E um novo mundo começou. Em todos os que, neste 7 de Novembro, viram a “luz primeira do sol sereno”.

Vinte e oito são
As voltas ao mundo
Que o teu Mundo deu

Quantas as manhãs que o sol nasceu
Tantas foram as noites onde ele te prendeu

Vinte e oito velas
Todas tuas
Iguais às luas
Vestidas de sonhos natais

Mas não voltam mais
As folhas de água corrente
Que escreveste

Se já as leste
Onde as guardaste?

Agora outro rio te chama
E outras rondas vinte e oito
Recomeças
Líquidas folhas não impressas
 Cheias de sede
Estão à tua espera
Para enchê-las de sol e primavera

Na meia encosta dos cinquenta e seis
Olhando para trás
Quantas e muitas páginas
Lavradas  deixarás
No Diário-28  sempre renovado?!

O velho muro caído ao lado
Do teu berço
Ainda cresce
Contigo em cada sétima alvorada
Ele será sempre o monstro derrubado

O7.Nov.17
Martins Júnior


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