sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

FREI BENTO DOMINGUES E PROF. LABORINHO LÚCIO NA TRIBUNA DOS MAIORES



                                         
           
Memorável o dia 15 de Fevereiro de 2019!
Correndo o risco de parecer unilateral, ouso confessar publicamente que todos os temas previamente agendados para hoje teriam de aguardar e dar lugar à boa  notícia desta sexta-feira. Descreve-se-a em poucas palavras, tal como assim se desenham os grandes fenómenos.
O “Largo do Paço”, em Braga, vestiu-se de gala para fazer escolta de honra à passagem do colégio de doutores da Universidade do Minho. Por sua vez, o desfile solene de tão distinto elenco perfilou-se para aclamar e receber no seu “Olimpo”  dois novos doutorados. Honoris Causa-  Quem? …  Precisamente Álvaro Laborinho Lúcio, jurista, consultor, Professor de Direito e antigo Ministro de Portugal. O outro laureado foi Bento Domingues, dominicano, teólogo, Professor, biblista, investigador, colunista. Mensageiro e Doador da mais alta distinção foi o “Magnífico Reitor”, Prof. Rui Vieira de Castro.
A ampla e vetusta “Aula Magna” da Reitoria Bracarense ressumou no granito secular das suas paredes fragrâncias de juventude, revérberos de lucidez, ciência, filosofia, teologia, entrelaçados com a poesia esvoaçante dos sons haendelianos que a Orquestra de Câmara e o Orfeão da Universidade do Minho projectaram sobre os incontáveis participantes de tão nobre evento.
Se notável foi a Laudatio introdutória dos respectivos “Padrinhos” - os  Catedráticos Licínio C. Lima e Moisés de Lemos Martins – não menos imponente e reconfortante foi o Agradecimento dos novos Doutorados, duas peças de preciosos testemunhos históricos e, sobretudo, de agulhas brilhantes perfurando os nebulosos tempos futuros. Vale a pena ler e interiorizar a mensagem dos dois oradores, pelo que trazem de conhecimento, investigação, saber experiencial e perspectiva no domínio da educação holística do indivíduo, a começar pelos bancos da escola.
Sensibilizado pela quase magia sonora e literária do estilo do Doutor Laborinho Lúcio (a que já de há muito me habituei, especialmente nas suas deslocações à Madeira) permito-me, no entanto, trazer à ribalta da ilha o discurso coloquial e comovente, mas ao mesmo tempo corajoso e dinâmico de Doutor Frei Bento Domingues. Primeiro, pelo agradecimento que dirigiu “a todas as pessoas e instituições que o desassossegaram ao longo da vida”. É poderosa e decisiva (daí, merecedora da nossa maior gratidão) a mão que nos desperta da letargia acomodatícia e pantanosa em que somos tentados a resvalar. Segundo motivo desta referência: a simplicidade chã de Bento Domingues que não faz diferença entre o palco de uma cátedra académica e a mesa de uma aula suburbana ou o altar de uma aldeia fortemente marcada pela ruralidade profunda.
Testemunhas desta transparente agilidade dispositiva somos nós, madeirenses: o Padre José Luís Rodrigues que já  levou Frei Bento Domingues às suas paróquias no Funchal e, na mesma linha, o humilde povo trabalhador da Ribeira Seca, Machico, que foi já várias vezes privilegiado pelo ensino e pela pedagogia cívica e teológica do ilustre homenageado. No mesmo agradecimento e pela mesma disponibilidade amiga e sincera  envolvemos um outro Professor da Universidade de Coimbra, o Prof. Doutor Padre Anselmo Borges, que também marcou hoje  distinta presença na cerimónia de Braga.
Pela minha parte, valeu a pena ter dedicado toda esta sexta-feira ao “Largo do Paço”, por tudo e, ainda mais, pela sedução anímica e transformadora que nos incutiram no espírito os novos Doutores da Universidade do Minho. Está escrito no chão da vida:  só crescemos na mesma medida em que nos distribuímos aos outros. Inteiramente. Desinteressadamente!

15.Fev.19
Martins Júnior    


1 comentário:

  1. Parabéns aos novos doutorados pela grandiosa obra que nos vão deixando desintersadamente. É deste alimento que as sociedades atuais precisam para a construção de mundo melhor.

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