Ficaram
todos à espera. O Zé Pagode, os folhetins, os microfones, os cameramen’s, os
barraqueiros. Todos à espera. E ele não veio. À Espera, não de “Godot”, mas do
Santo.
Mais dura que a cortina de ferro, Sua Bruxa-Excelência
a Pandemia fechou o portão de chumbo e …
“Não há São Martinho p’ra ninguém”!
Se não há magusto braseiro, o Santo não entra no
baile.
Se a castanha não estala, o Santo não fala.
Se não há vinho novo a rolar, o Santo não sai a
cantar.
E se a barraca não deita bifana ou espeto, São
Martinho ‘tá peco.
E como o Santo está mudo, acabou-se tudo: a festa,
a propaganda, a reportagem, o espectáculo. Sem batuque não há mitra. Por outras
palavras, sem continente não há conteúdo…
É nisto que andamos. Martinho, João, Pedro ou
António. Desde tempos imemoriais, assim “os
devotos” lhes ditaram a sina.
Chegámos a isto: São Martinho desconvidado pelo povo “covidado”.
Até quando o aniversariante será o grande ausente
da sua festa?
Para mim, já que ele não andou no arraial da feira,
fui eu que subi à montanha onde ele mora. E vi-o lá mais autêntico e mais
brilhante que o sol do ‘Verão de São Martinho’!
11.Nov.21
Martins
Júnior
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