quinta-feira, 11 de novembro de 2021

UM “SÃO MARTINHO”… SEM SÃO MARTINHO ! – reflexão em jeito de rábula curta

                                                                             


Ficaram todos à espera. O Zé Pagode, os folhetins, os microfones, os cameramen’s, os barraqueiros. Todos à espera. E ele não veio. À Espera, não de “Godot”, mas do Santo.

Mais dura que a cortina de ferro, Sua Bruxa-Excelência  a Pandemia fechou o portão de chumbo e … “Não há São Martinho p’ra ninguém”!

Se não há magusto braseiro, o Santo não entra no baile.

Se a castanha não estala, o Santo não fala.

Se não há vinho novo a rolar, o Santo não sai a cantar.

E se a barraca não deita bifana ou espeto, São Martinho ‘tá peco.

                                     


E como o Santo está mudo, acabou-se tudo: a festa, a propaganda, a reportagem, o espectáculo. Sem batuque não há mitra. Por outras palavras, sem continente não há conteúdo…

É nisto que andamos. Martinho, João, Pedro ou António. Desde tempos imemoriais,  assim “os  devotos” lhes ditaram a sina.

Chegámos a isto: São Martinho desconvidado pelo povo “covidado”.

Até quando o aniversariante será o grande ausente da sua festa?

Para mim, já que ele não andou no arraial da feira, fui eu que subi à montanha onde ele mora. E vi-o lá mais autêntico e mais brilhante que o sol do ‘Verão de São Martinho’!    

 

11.Nov.21

Martins Júnior

 

 


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