Se eu for o sol
Abre as janelas do teu quarto
E deixa-me entrar
E se eu for o ar
Fresco e vadio
Solta o pulmão
E vem achar-me no assobio
Do melro preto que te desperta
Cada manhã
E se eu for a estrelícia já aberta
No colo da terra irmã
Toca-lhe o seio, beija-lhe os olhos
E leva-a em festa de rua em rua
Mas não sou flor nem ar nem sol
Nem brisa de mil aromas
Hoje sou pão para que me comas
Hoje sou vinho para que me bebas
Não quero só a janela do teu quarto
Nem o beijo da tua boca
Quero entrar em ti até que fiques farto
Até que sejas coração esponja do meu
Na embriaguez sem fundo
Que não conhece meu nem teu
Dia de ser Pão de um Deus Maior
Dia de ser Vinho num Cálice de Amor
19/20.Jun.19. “Corpus Christi”
Martins Júnior
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