Em
fim de semana da estação mole e
solarenga que nos traz sono e barafunda sem limite, agarro-me ao fio da
história contada no Livro de tempos imemoriais. Neste sábado-domingo, o Livro
de há séculos e milénios toma conta de mim, pela imensa razão de ver reflectida
nas suas páginas a história de hoje, do aqui e agora.
Primeiro:
Duas
cidades, Sodoma e Gomorra, foram condenadas à destruição total. Alguém impetrou
à Suprema Divindade que perdoasse os crimes daquelas populações depravadas. Procedeu-se
então a várias tentativas de resgaste:
se houvesse 50 cidadãos probos e honestos, as cidades não seriam arrasadas.
Depois, 45, 40, 35, 30, até chegar ao dígito mínimo. “Se houvesse 5 ou 4 ou 3
ou 2 ou 1 justo, o Supremo Juiz revogaria a sentença fatal. Mas nem 1 justo
havia naquelas duas cidades. Por isso, foram arrasadas, completamente destruídas.
Vem no Livro do Génesis, capítulo 18.
Lição
de ontem, de hoje, de sempre! Quem constrói ou quem destrói as cidades, as
vilas, as aldeias, as instituições, mesmo as ditas sagradas, não são os deuses:
sãos o que lá habitam ou as dirigem. Muito antes de sentenciar Camões que “um
fraco rei faz fraca a forte gente”, já o
Livro tinha decretado. É o povo que faz o rei e faz o reino, a região, a cidade
e freguesia. Ninguém espere salvadores extra-terrestres para libertar o
território. Só os que lá vivem serão capazes e suficientes para minar e reduzir
a pó os muros da vergonha que apertam e
oprimem os seus habitantes.
Segundo:
Um
amigo acorda o outro amigo, altas horas da noite, para pedir de empréstimo dois
pães necessários à família. Há insistências, protestos, insultos – “não posso
levantar-me, vai-te embora da minha porta, não me enerves, desaparece, vem
amanhã” – mas foi tanto o batente na porta que, ao fim de muitas imprecações, o
“amigo” levantou-se e obrigou-se a despachar favoravelmente o pedido. Vem em
Lucas, capítulo 11.
O
Mestre e Pedagogo do Povo sintetiza a narrativa: “Procurai e achareis, bati e
abrir-vos-ão a porta”.
Procurai,
Bati insistentemente à porta … e vencereis.
Antes,
muito antes dos estrategas sócio-políticos, Alguém dissera o mesmo: “Só é
derrotado quem desiste de luitar”!
Nós
aqui, sabemo-lo bem e de “um saber de experiência feito”!
Assenta
bem o pregão: “A LUTA CONTINUA”!!!
27.Jul.19
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário