quinta-feira, 8 de agosto de 2019

É NO VÉRTICE DO AMOR QUE OS EXTREMOS MARCAM ENCONTRO – O “ENIGMA” CONTINUA


                                                     

Em tempo de férias é saudável decifrar o cruzamento das linhas concorrentes e o aparente equívoco das palavras. Diverte, agiliza a mente, conglomera conhecimentos e descobertas aparentemente contraditórias. É neste xadrez que vou situar o “passatempo” anteriormente iniciado, transcrevendo os conteúdos filosófico-existenciais de duas personalidades diametralmente opostas – um Apóstolo cristão e outro, um Ateu assumido –  sobre uma mesma realidade, o Amor. O exercício analítico que proponho consiste em descobrir ou identificar a qual das duas personalidades citadas, ao Apóstolo ou  ao Ateu, pertencem os conceitos  enunciados pelas siglas X e Y. Sendo um “passatempo”  é também um “julgamento” que nos informa e nos liberta.
X – “O amor-amor, o verdadeiro Amor é dádiva, amor oblativo, generoso”.  
            Y  -   “O Amor é benigno, é paciente, não é invejoso”.
         X  “O Amor não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal”.
Y  -  “O Amor dá-se, não é pedido, nem captativo, nem narcísico”.
X  -  “O Amor é incondicional, no sentido que não é condicional à retribuição (não cobra) nem a favores de retorno ou submissão do amado ou ainda a atributos específicos, “condições” deste (docilidade, inteligência, beleza, etc.) que interessem/sejam valorativos para o amante”.
         Y  -  “O Amor não folga com a injustiça, mas alegra-se com a verdade”
X  -  “O Amor tudo tolera, tudo espera, tudo suporta”.
         Y  -  “O Amor é espontâneo, não reactivo, não deriva de estímulos, mas da necessidade interna de amar”
X  -  “Mesmo que eu distribuísse todos os meus bens pelos pobres, mas não tivesse Amor, nada disso teria valor algum”
         Y  -  “O Amor não é egoísta, é altruísta; traduz uma necessidade gregária, social”.

         Poderia ajuntar outras tantas citações. O desafio é detectar quais delas pertencem ao Apóstolo cristão e quais ao Ateu assumido. Por outras palavras: descobrir-lhes as semelhanças e as diferenças. E, por fim, extrair-lhes  as conclusões. Que vão muito para além de uma visão linear dos conteúdos.
É de Amor que continuaremos a conversar nesta quadra estival, plena de um outro Sol-amor que nos envolve e faz crescer.

07.Ago.19
Martins Júnior      
        

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