Em
tempo de férias é saudável decifrar o cruzamento das linhas concorrentes e o
aparente equívoco das palavras. Diverte, agiliza a mente, conglomera
conhecimentos e descobertas aparentemente contraditórias. É neste xadrez que
vou situar o “passatempo” anteriormente iniciado, transcrevendo os conteúdos
filosófico-existenciais de duas personalidades diametralmente opostas – um
Apóstolo cristão e outro, um Ateu assumido – sobre uma mesma realidade, o Amor. O exercício
analítico que proponho consiste em descobrir ou identificar a qual das duas
personalidades citadas, ao Apóstolo ou
ao Ateu, pertencem os conceitos
enunciados pelas siglas X e Y. Sendo um “passatempo” é também um “julgamento” que nos informa e
nos liberta.
X – “O amor-amor, o verdadeiro Amor é
dádiva, amor oblativo, generoso”.
Y
- “O Amor é benigno, é paciente, não
é invejoso”.
X – “O
Amor não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não
suspeita mal”.
Y
- “O
Amor dá-se, não é pedido, nem captativo, nem narcísico”.
X - “O Amor é incondicional, no sentido
que não é condicional à retribuição (não cobra) nem a favores de retorno ou
submissão do amado ou ainda a atributos específicos, “condições” deste
(docilidade, inteligência, beleza, etc.) que interessem/sejam valorativos para
o amante”.
Y - “O Amor não folga com a injustiça, mas alegra-se com a verdade”
X
- “O
Amor tudo tolera, tudo espera, tudo suporta”.
Y
- “O
Amor é espontâneo, não reactivo, não deriva de estímulos, mas da necessidade
interna de amar”
X
- “Mesmo
que eu distribuísse todos os meus bens pelos pobres, mas não tivesse Amor, nada
disso teria valor algum”
Y - “O Amor não é egoísta, é altruísta;
traduz uma necessidade gregária, social”.
Poderia ajuntar outras tantas citações.
O desafio é detectar quais delas pertencem ao Apóstolo cristão e quais ao Ateu
assumido. Por outras palavras: descobrir-lhes as semelhanças e as diferenças. E,
por fim, extrair-lhes as conclusões. Que
vão muito para além de uma visão linear dos conteúdos.
É
de Amor que continuaremos a conversar nesta quadra estival, plena de um outro
Sol-amor que nos envolve e faz crescer.
07.Ago.19
Martins Júnior
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