Há
dias para tudo. Assim convencionaram os usos e costumes: o Dia de ser Bom (será
o Natal), o Dia de Amar (será o 14 de Fevereiro), o Dia da Paz (1 de Janeiro),
o antigamente designado “Dia da Raça” (10 de Junho) o Dia  da Criança, do Idoso e até do Direito à
Preguiça,  tantos tantos que os 365 dias
do ano ficam sobrelotados e obrigados a se desdobrar ou triplicar de apelidos,
uns para bem, outros assim assim..
         Mas
hoje é Dia de Ser Livre. É a liberdade reconquistada, um novo Abril, Revolução
Global, em 1999, quando a Pyra Labs derrubou
os monstruosos  fantasmas  “pré-históricos”  da Informação e abriu o Caminho da Liberdade
a todos quantos se sentiam  aprisionados
nas grades dos poderosos  manipuladores
da opinião pública. Falo, como é evidente, do Dia Mundial do “Blog”, comemorado em  31.08,
dizem que pela verossemelhança
gráfica  entre os dois termos
justapostos.
         Foi
esse um histórico “Grito do Ipiranga” contra os magnatas das finanças, os
banqueiros,  os regimes autoritários e
austeritários, as instituições da Santa Aliança sacro-política, enfim, todo
esse travestido “Estado Islâmico” de muita informação, que esconde criminosos,
mata inocentes, fabrica ídolos  pés-de-barro,  depõe reinos e entroniza  sabujos serventuários  pela mão de muito escriba entregue ao sistema,
a troco de  um “prato de lentilhas” e de
“um par de sandálias”. É que, de outro modo, serão eles, os  sérios formadores do leitor,  quem figura à cabeça  da lista candidata ao desemprego. Não é
preciso nadar fora do ilhéu para pescar  exemplares espécimens.
         A
singular descoberta do “Blog”
sobrevoou a mediocridade reinante no planeta dos anões e entregou aos mortais o
fogo purificador, a arma higiénica 
para  a desinfecção do pantanal
informativo dos vários continentes.
         Dir-me-ão
que o “Blog” serve também de húmus
produtor de viroses, inutilidades infestantes, desmandos adúlteros da verdade.
É certo. Mas, ao menos, tens na tua mão o poder de combatê-los em campo aberto,
na praça pública, no átrio dos gentios. Ninguém te pode mais amordaçar. Já não
tens de desembolsar somas vultuosas (como a mim me aconteceu, tantas vezes)
para desmontar impropérios e calúnias que os órgãos oficiais e oficiosos do
poder político-financeiro e eclesiástico tentaram  enxovalhar-me no bucho deste mafioso felino
deitado, em que esses tais transformaram a ilha,   embebedando uma população indefesa,
prisioneira atávica de 740 Km2 de terra e outras vezes mil milhas de
obscurantismo forçado.
         E
mesmo que certas  derivas do “Blog” resvalem para labirintos de duvidosa
higiene mental,  eles acabarão por
diluir-se, inanes,  no inelutável
processo da selecção natural.. E aqui também há-de reconhecer-se o princípio
geral da jurisprudência que “mais vale mandar absolvido um criminoso  do que condenar à cadeia um inocente”.  Haverá  sempre um atalho por onde possas alcançar  o alto da colina e  aí erguer, brilhante e liberto, o facho da
Verdade.
         Tarde
descobri este instrumento ímpar de comunicação. Talvez  por cepticismo ou inércia interpretativa. E
por isso também decidi fazer jus  a tão
singular instituição, lançando ao vento que passa  mensagens 
em todos os “Dias Ímpares”,  pela
sigla “SENSO&CONSENSO”. Mesmo que nem sempre consiga o  desejado “consenso”,  (o que tenho de aceitar e respeitar, em nome
da liberdade constitutiva do “Blog”)
 basta-me soltar a alma e a voz, sabendo
que  mãos avaras e  olhos enviesados de certos censores internos  arranquem da múmia dos seus interesses
pessoais o  pidesco “lápis azul” do
ostracismo salazarento.
         Venham
mais “blogers”,  juntemo-nos no vasto areópago
gerador de discussão, verdadeira Assembleia dos Povos Unidos,  sem muros 
cromados nem cadeirais  de
veludo,  mas no terro comum da Praça da
Liberdade, de onde sai a luz que ajuda a alumiar  os breves caminhos da nossa existência.
31.Ago.2015
Martins Júnior
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N.B - 
Era outro o tema que me propusera para hoje. Imaginem: um funeral, há
tanto desejado, onde em vez de pranto haverá foguetes a estralejar  na noite madeirense. Fica para amanhã, o
primeiro Dia Ímpar de Setembro.









