Quem,
ao longo da multissecular história da poderosa Instituição, seria capaz de dizer ou até vaticinar que tal viria a
acontecer?... Na fidelíssima nação judaico-cristã, ficam suspensas as
sacratíssimas missas da Quaresma e a dolorosíssima evocação da Paixão, Morte e
Ressurreição do seu Fundador e Redentor!
E quem o decretou e fez cumprir? Não
foi o Império Romano, nem o desnaturado Nero, nem o sanguinário Diocleciano
espumando ódio contra a “nova seita”.
Nem mesmo o ‘satânico’ bolchevique regime de Lenine e Estaline ou Mao Tzé Dung. Procurem-no, “vivo ou morto”,
esse draconiano mostrengo que ousou a homérica façanha de afrontar a Fé inabalável
da Tradição Dogmática da Instituição e, em última instância, a própria essência
do Demiurgo Autor de toda a Criação!!!
Por mais insensato e maquiavélico que pareça,
o estratega desestabilizador da imutável Ordem Sagrada resume-se a uma gotícula
invisível, um espirro cirúrgico, enfim, um vulgar bocejo da Natureza ou seu
derivado. Moisés, que afrontou o Faraó do Egipto e libertou o Povo Hebreu,
poderia reincarnar, mas não seria capaz de abater o imponderável vírus
perturbador do planeta. E o eloquente António Vieira, repetindo o Sermão veemente e heróico contra as invasoras
tropas holandesas no Nordeste Brasileiro, jamais liquidaria esse minúsculo
verme que faz tremer em Itália a Barca de Pedro e os reinos do mundo.
Sua Excelência e sua insignificância, o
Corona-Vírus! Seu Super-Gigante e seu infra-pigmeu “CONVID”, nado em 2019, com
apenas três meses de fraldas! Lúcifer das cavernas e spíritus do éter!... Quem o prende, quem o esgana entre as mãos,
quem o faz fugir em debandada, quem?... Nem a bandeira das Cruzadas, nem o hissope
de Água Benta, nem a Tiara papal ou o Báculo bispal, nem a suspensão/excomunhão de Roma, nem a bula
apostólica do exorcismo?!... Estranha condição: em vez de o suspenderem, é ele
que suspende altares e presbíteros, baptismos e ministros, velórios e
liturgias.
Houve alguém que ousou desafiar um
antepassado do CONVID-19, um parente de estirpe idêntica. Foi há 100 anos e
chamava-se “gripe espanhola”, que vitimou soldados franceses, americanos,
espanhóis. O desafiador arrogante era bispo de Zamora e tinha por nome Álvaro y
Ballano. Contra as normas estabelecidas pelas autoridades espanholas (muito à
semelhança das orientações actuais) o bispo Ballano, na sua pesporrência
sacral, confiante na divina omnipotência,
entendeu reunir dezenas de milhares de fiéis numa missa campal, quase na
fronteira com Portugal. Julgou ter feito uma “catedral” de preces e louvores em
honra da Divindade, esperando em troca a sua protecção. Resultado: “Zamora teve dez vezes mais mortes que as outras
cidades espanholas e cinco vezes mais que a média de todo o país”.
Trago estes episódio propositadamente
para sublinhar o bom senso da hierarquia madeirense, em consonância com a
Conferência Episcopal Portuguesa, que decretou a suspensão de todos os actos
litúrgicos comunitários, inclusive da quadra pascal, pelos motivos já sobejamente
conhecidos do público. É preciso aprender e apreender a amplitude dos “sinais
dos tempos”. Este é um deles, o nosso tempo. Já o demonstrei no blog anterior e reafirmo-o: não se pode
mais trazer a população embalada e,
depois, domesticada com velhas receitas de ignorância e superstição em tudo
semelhante às práticas pagãs e fetichistas de séculos passados. É preciso luz,
ciência, conhecimento e partilha activa no combate aos agentes negativistas que ciclicamente se
atravessam no nosso percurso, sem nunca esquecer o sábio axioma antropo-teológico:
“Deus perdoa, a Natureza Não”!
UM POR TODOS E TODOS POR UM!
13.Mar.20
Martins
Júnior
Sem duvida um texto muito bom. O bispo de Zamora Alvaro y Ballano nao teve o milhagre que pretendia. Pena. Mas um milhagrinho, agora, dava jeito.
ResponderEliminarO milhagrinho que agora dava jeito só é possível realiza-lo com a persistência da inteligência humana. O Bispo Alvaro y Ballano munido de fé ainda reinante nos nossos dias, subestimou os milagres da inteligência.
ResponderEliminarComentário ara quê? É a eloquência só acessível aos superdotados e corajosos.
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