Em
tempo de jejum quaresmal, hoje foi dia de fartura.
Domingo
farto e longo, não de mesa opípara, mas de regozijo histórico, de uma alegria
que roça a imortalidade. Porque este Domingo tem a idade do seu aniversariante:
109 anos!... Que mais lhe falta para sentir-se eterno, imortal?!...
Sol
ou chuva ou vento, fosse qual o tempo que fizesse, meus pés tinham de voar
àquele torrão, o mais oriental da Ilha, onde o sol nasce primeiro, para
trocarmos “aquele abraço” entre os três homónimos: José Martins (o meu pai, que
já lá foi), o José Martins (no seu centésimo nono aniversário) e este José Martins,
já (ou ainda) octogenário.
Por
instantes suspendemos a máscara para que os acompanhantes do Senso&Consenso pudessem responder a
esta adivinha: qual dos dois é o Sénior… e qual o Júnior?
Eu
que já me habituei ao apelido “Sénior”, hoje descobri-me “Júnior”.
109
Gloriosos Anos! E dolorosos! “Naquele tempo, eu ia trabalhar daqui do Caniçal
para o Porto Moniz” – confidenciou-me ao ouvido. E muito mais, que não cabe neste
poema em prosa.
Diante
deste homem “imortal” senti-me como diante de um monumento vivo. Miguel Ângelo,
após concluir a monumental estátua de Moisés, ficou tão emocionado com a beleza
da sua obra que não se conteve, bateu com o maço no mármore e disse: “Agora,
fala! Só te falta falar, meu Moisés”!... Pois, hoje estive diante de um
monumento vivo e lúcido que nos fita com olhar profundo e que nos fala com uma
voz fina que vem de longe!
Parabéns
ao “Rei” do Domingo, 7 de Março! E aos familiares que o zelam com todo o
carinho – as mais efusivas e merecidas saudações!
Deixo
aqui o melhor verso do poema, proferido por ele mesmo, quando nos despedimos: “Sr.
Padre Martins, obrigado pela sua visita e…
até ao ano por este dia”.
Admirável!
Que Jovem! Ele, sim, o Júnior…e eu, o Sénior!
E,
como ele o disse: “Até ao 110”!
07.Mar.21
Martins Júnior
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