O mundo todo num feixe de ossário
da nobre catedral:
ossadas ducais caídas no chão musical
ossadas de escravos erguidas
nas ogivas etéreas ressequidas
Breve bem breve serão umas
punhado de cinzas - frágil testemunho
De longe são e para longe serão outras
mármore intocável vergado ao punho
e ao sangue de gerações de antanho
Tanjam os sinos soem trombetas
bandeiras esvoacem sobre as anónimas
ossadas
ruivas calvas brancas pretas violetas
as que caem sem sentir, de si mesmo
exiladas,
e as que sobem verticais pelas arcadas
deste mundo desigual
A minha e nossa tão diversa agenciada
catedral
Seja Cohen, Haendel ou Bach
de todos os ossários saia hoje o inacabado
alleluia pascal…
17.Abr.21
Martins
Júnior
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