Quem mandou ao rasteiro pigmeu
mexer no braço-ferro do gigante primevo?
E quem lhe deu
forja e ponteiros
para amarrar o sol, a noite e os ventos romeiros
sem freio?
Alquimista refém da cega poção
que fabricou
nem vê, porque também cegou,
os monstros que pariu:
salgou a terra secou o rio
matou o mar faliu o ar
e aos humanos deu plástico em vez do verde
alucinados fantasmas de um ossário
mortalhas estendidas na cambraia de um berçário
Deixem o tempo em paz
deixem o sol girar sem termo
e a noite e o dia no seu idílio certo
E ao ferreiro anão da maquiavélica ambição
Funda a forja e os ponteiros
Antes que os ponteiros o sangrem
E a forja o torne cinza fria
31.Out/01.Nov.21 – Início do horário de
inverno
Martins Júnior
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