Há
mais de uma semana que demando no dicionário das emoções o fonema e a sua forma,
a síntese e a ideia exacta para
dirigir-me até vós, que tendes pintado de flores e mil cores o rio que passa
à minha porta. Acho escasso o “Muito Obrigado” do linguajar ‘do cote’ porque
neste caso ninguém a ninguém se obriga.
Seduziu-me,
então, o ritmo sonoro do vocábulo Congratulação,
pelo que, na sua riqueza etimológica, contém de cumplicidade, comunhão, conúbio
de ideias e sentimentos. Desde o latim – cumgratulatio
– até ao inglês – congratulations – o
que da vossa parte derivou para a minha foi um compartilhar de alegrias indefiníveis.
O prefixo cum é que lhe dá a essência.
Quem, como vós, endereçou parabéns
revelou que todos nós - vós e eu, de perto ou de longe, conhecidos ou
desconhecidos - estávamos e estamos
sintonizados, solidários com as mesmas causas, as quais ultrapassam o indivíduo e revertem para a
sociedade inteira.
A
causa de uma justiça “justa” e célere, com o direito ao contraditório ou defesa
legítima, é algo que toca a toda humanidade. Muitos outros semáforos vermelhos,
encontrados nesta conjuntura que dura há 42 anos, põem-nos alertas que dizem respeito a toda a condição humana,
sobretudo no que concerne ao paradigma de uma Igreja que se quer (minimamente!)
cristã. Mas a maior de todas as incógnitas nesta estranha nomenclatura de “suspensão
a divinis”, está em saber até que
ponto a administração humana e a sua burocracia interferem na relação com a
Suprema Divindade. Para os que crêem e para os que não crêem, interessa
explicar onde se situa o ponto de intersecção entre o humano e o divino. Ou,
onde acaba um e começa o outro. Ficarão este e outros temas para ulteriores
reflexões.
Hoje
e todos os dias a minha proposta é esta: Congratulemo-nos!
Recorro a uma feliz expressão do Prof. Dr. Anselmo Borges quando chama ao
Evangelho uma “boa notícia felicitante”, querendo com isso significar que é
fonte de felicidade. No mesmo espírito interpretativo, considero as vossas felicitações
como uma partilha da felicidade que, passando por mim, regressa para vós.
Ars longa, vita brevis –
citava Goethe no seu “Fausto”. A arte (de abrir caminho) é extensa e a vida é
breve.
Mas
Caminhar é preciso, por mais longa que seja a estrada!
25.Jun.19
Martins Júnior
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