terça-feira, 25 de junho de 2019

CONGRATULAÇÃO… CONGRATULATION… CUM-GRATULATIO


                                                                         

      Há mais de uma semana que demando no dicionário das emoções o fonema e  a  sua forma, a síntese  e a ideia exacta para dirigir-me até vós,  que tendes  pintado de flores e mil cores o rio que passa à minha porta. Acho escasso o “Muito Obrigado” do linguajar ‘do cote’ porque neste caso ninguém a ninguém se obriga.
Seduziu-me, então, o ritmo sonoro do vocábulo Congratulação, pelo que, na sua riqueza etimológica, contém de cumplicidade, comunhão, conúbio de ideias e sentimentos. Desde o latim – cumgratulatio – até ao inglês – congratulations – o que da vossa parte derivou para a minha foi um compartilhar de alegrias indefiníveis. O prefixo cum é que lhe dá a essência. Quem, como vós,  endereçou parabéns revelou que todos nós - vós e eu, de perto ou de longe, conhecidos ou desconhecidos -  estávamos e estamos sintonizados, solidários com as mesmas causas, as quais  ultrapassam o indivíduo e revertem para a sociedade inteira.
A causa de uma justiça “justa” e célere, com o direito ao contraditório ou defesa legítima, é algo que toca a toda humanidade. Muitos outros semáforos vermelhos, encontrados nesta conjuntura que dura há 42 anos,  põem-nos alertas  que dizem respeito a toda a condição humana, sobretudo no que concerne ao paradigma de uma Igreja que se quer (minimamente!) cristã. Mas a maior de todas as incógnitas nesta estranha nomenclatura de “suspensão a divinis”, está em saber até que ponto a administração humana e a sua burocracia interferem na relação com a Suprema Divindade. Para os que crêem e para os que não crêem, interessa explicar onde se situa o ponto de  intersecção entre o humano e o divino. Ou, onde acaba um e começa o outro. Ficarão este e outros temas para ulteriores reflexões.
Hoje e todos os dias a minha proposta é esta: Congratulemo-nos! Recorro a uma feliz expressão do Prof. Dr. Anselmo Borges quando chama ao Evangelho uma “boa notícia felicitante”, querendo com isso significar que é fonte de felicidade. No mesmo espírito interpretativo, considero as vossas felicitações como uma partilha da felicidade que, passando por mim, regressa para vós.
Ars longa, vita brevis – citava Goethe no seu “Fausto”. A arte (de abrir caminho) é extensa e a vida é breve.
Mas Caminhar é preciso, por mais longa que seja a estrada!

25.Jun.19
Martins Júnior      

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