Enquanto os ares de Portugal e do
mundo estão lavados de faustosas comemorações, palpitantes expectativas e
clangorosas homenagens, recolho-me no horto marchetado de perfumadas violetas e
vejo desfilar a multidão anónima de homens e mulheres curvados silenciosamente
sobre o chão da vida, semeando o pão, abrindo clareiras, lutando pela justiça,
sem que alguém lhes teça quaisquer tributos ou, mesmo que breves, saudações.
Para todos, eles e elas, aqui deixo a minha homenagem, na pessoa do eminente
sacerdote Padre José Luís Rodrigues – eminente, não de título, mas factualmente
genuíno e justo – por ocasião do seu 51º
aniversário natalício, lembrado ontem, 4 de Outubro, dia dessoutro obreiro de
um mundo novo, S. Francisco de Assis.
Junto ao
cruzeiro alto do jardim serrano
O Tempo Demiurgo deixou cair
Sementes
bravas que deram em terro humano
Este rebento
novo de um mundo a abrir
Lume de festa e luta é o que tu és
Um nome
certo te deram, o de Luís
Inquebrável
e firme, bem podias ser Moisés
Sereno e franco,
serias Francisco de Assis
Retomas cada dia o teu bordão sem medos
Os teus
anéis são calos dos teus dedos
Dardejando
flechas no teclado
Rubra e
plena é a tua púrpura
Igual ao
sangue pisado dorido e belo
Guardado na
aljava desse eterno duelo
Universal
batalha do Povo que trabalha
Ergo feliz a
minha taça, ergamos todos um a um
Saudando
Outubro 68, cantando o ano 51
05.Out.19
Martins Júnior
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