Borromeu –
nobre família romana. Ele era Carlos, nome real. Seu tio, subiu ao “trono de
Pedro”, sob o título de Papa Pio IV O
rapaz não era padre, mas o tio conferiu-lhe o barrete cardinalício e fê-lo
cardeal da Santa Sé, Secretário de Estado do Vaticano, Conselheiro e Eleitor de Sumo Pontífice. Tinha então 22 anos de
idade. Corria o ano de 1560. Depois de
canonizado, tornou-se o Patrono da Banca e da Bolsa.
Eis
os ingredientes que me fizeram delirar primeiro e, logo a seguir, pasmar, desde
a puberdade dos meus 14/15 anos de idade. E todos anos, em 4 de Novembro, as
borlas purpurinas do cardeal Borromeu barravam o meu caminho. Não me deixavam
passar sem decifrar o enigma. Hoje, já octogenário, na oitava do “São Carlos
Borromeu”, o enigma persiste:
Cardeal
– nada tem a ver com o sacerdócio. Nem é preciso ser padre para lá chegar. Nem
curso especial, nem tirocínio de espécie alguma.
Sobrinho
de Papa – excelente passaporte para alcançar anel e barrete. Os historiadores
chamam a isto nepotismo, previsto e punido pelo Código de Direito Canónico e
pela ética mais elementar da relações humanas. Até nos governos laicos.
Canonizado
– está na directa linha promocional do Cardinalato/Papado.
Tio e sobrinho.
Patrono
da Banca e da Bolsa – é a inevitável “cereja em cima do bolo” da aristocracia
capitalista.
E
aqui temos a escultura perfeita de um Cardeal-Príncipe da Igreja de Cristo… Oh
Bom Jesus, vem cá abaixo e vê se consegues lobrigar a tua face na marmórea pele
do cardeal ou um só dos teus ossos na púrpura
das suas túnicas ou um espinho sequer da tia coroa no barrete cardinalício…
E…
“Viva, Viva” em cada 4 de Novembro, o Cardeal Borromeu (foneticamente Burro Meu)
“Banqueiro-Mór” e Secretário de Estado do
Vaticano! E Padroeiro dos banqueiros, cambistas e agiotas! Viva!
05.Nov.19
Martins Júnior
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