Escrevo
em quinta-feira de Ano Novo. À minha volta, porém, tudo me diz que é quarta-feira,
a das cinzas. Morreram as luzes da cidade, calou-se a sirene dos cruzeiros no
porto, substituídos agora pelo engarrafamento automóvel com insultos e
provocações à mistura, os transeuntes cabisbaixos, já não há “Boas Festas, um
Santo Natal, um Feliz Ano” para começar
e acabar uma conversa ou um cumprimento, breve que seja. Parece que o fumo
intenso que abafou a capital na noite primeira do ano tomou conta da gente,
enegreceu o betão das estradas e o rosto dos passageiros. Enfim, Advento, Natal
e Ano Novo – três dias de carnaval. Agora, cinzas e trabalho. Quarta-feira!?...
Enquanto
não passa a “ressaca” e estamos ainda sonâmbulos diante do ano bissexto,
apetece-me acordar toda a gente, pintando um outro arco-íris nas nuvens, escrevendo
no alcatrão das estradas, nas tabuletas dos autocarros, em cada muro e na palma
da mão de cada um de nós aquela palavra de ordem inspirada no famoso ponto
forte do presidente John Kennedy aos americanos:
“NÃO
ESPERES NEM PERGUNTES AO 2020 O QUE
PODE FAZER POR TI. PERGUNTA, ANTES, O QUE É TU PODES FAZER PELO 2020 ?”.
09.Jan.2020
Martins Júnior
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