Àquele que ditou em hora aziaga que “A vida é uma doença letal
sexualmente transmissível”
eu, opositor de nascença, enfrento e digo:
A doença é um suplemento vital ascensionalmente invencível
Contra quem escreveu que “Sempre o pior mal é ter nascido”
peço a Gal Costa que cante e brade ao mundo o seu último poema:
“É preciso, ó doce
namorada,
Seguirmos firmes na estrada
Que leva Nenhuma Dor”.
A rocha bruta, informe, não sofre,
antes sofre e estremece a fina e frágil porcelana posta ao vento
Quando a Dor é de seu trauma tangente
faz-nos chorar e gritar,
mas quando é grande, enorme, a mesma Dor faz-nos mergulhar num silêncio
esmagador
E porque transporto, imaginando, toda a Dor do Mundo, calo a minha
voz e abraço todos os enfermos, todos os náufragos, todas as vítimas deste
enigmático roteiro que nos foi dado viver
Somos todos doentes que transportam doentes
até à suprema saúde letal!
Volto a Gal Costa, no seu ‘Canto do Cisne’:
“Minha doce e triste
namorada
Minha amada, idolatrada,
Salvè, salvè o nosso Amor,
Sigamos firmes na estrada
Que leva Nenhuma Dor”.
VIVA A VIDA !!!
11.Fev.21
Martins Júnior
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