quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

VACINAS AO VENTO PARA DOENTES ANÓNIMOS – NO SEU DIA

                                                                              


Àquele que ditou em hora aziaga que “A vida é uma doença letal sexualmente transmissível”

eu, opositor de nascença, enfrento e digo:

A doença é um suplemento vital ascensionalmente invencível

 

Contra quem escreveu que “Sempre o pior mal é ter nascido”

peço a Gal Costa que cante e brade ao mundo o seu último poema:

“É preciso, ó doce namorada,

Seguirmos firmes na estrada

Que leva Nenhuma Dor”.

 

A rocha bruta, informe, não sofre,

antes sofre e estremece a fina e frágil porcelana posta ao vento

Quando a Dor é de seu  trauma tangente faz-nos chorar e gritar,

mas quando é grande, enorme, a mesma Dor faz-nos mergulhar num silêncio esmagador  

 

E porque transporto, imaginando, toda a Dor do Mundo, calo a minha voz e abraço todos os enfermos, todos os náufragos, todas as vítimas deste enigmático roteiro que nos foi dado viver

 

Somos todos doentes que transportam doentes

até à suprema saúde letal!

 

Volto a Gal Costa, no seu ‘Canto do Cisne’:

“Minha doce e triste namorada

Minha amada, idolatrada,

Salvè, salvè o nosso Amor,

Sigamos firmes na estrada

Que leva Nenhuma Dor”.

 

VIVA A VIDA !!!

 

         11.Fev.21

         Martins Júnior

 

 

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