domingo, 9 de janeiro de 2022

O ESPÍRITO RENASCENTISTA DE TODO O BAPTISMO !

                                                                                


Apagaram-se todas as luzes da noite e, com ela, todos os dias do ano.

Ao surgir a primeira nesga de Vénus no cimo da matutina montanha, viu~se que um rio ensaiava, sereno e cristalino, a canção de uma Dia Novo. O rio chamava-se Jordão, como poderia vestir-se de Nilo. Tigre e Eufrates, Danúbio, Tamisa ou Tejo.

Neste início de semana, por convite do LIVRO (opção que nunca abandono) fixo-me no Jordão, onde Alguém, varão hebreu, protótipo do Homem Novo, mergulha nas águas correntes – também elas sempre vivas, renovadas – e, dizem os pergaminhos coevos, aceitou o Baptismo.

Baptismo, cronológica e estrategicamente bem colocado logo após o Nascimento, e ao qual sobreponho a adequada antonomásia de Renascimento!

No entanto, abstenho-me da água instrumental e mesmo do utente individual daquele mergulho regenerador no rio marginado de oliveiras. Citando o LIVRO, o único Baptismo não foi o de João, o Baptista, nem da água, nem da brisa olorosa das oliveiras de Jerusalém. Foi o Espírito envolvente - o Espírito do Baptismo - caracterizador da essência daquele  corpo renascido.

Ao abrir de um ano que se quer Novo, regresso a todas as passagens de nível da História Humana marcadas pelo signo da Renovação, seja ela pacífica como o reflorir da Primavera, seja ela traumática como o fragor de uma Revolução. A todos esses fenómenos em que da vulva virgem da terra sai um novo ciclo restaurador hasteio a bandeira global que traz inscrita a sua definição identitária: Espírito Renascentista.

É este Espírito Renascentista que auguro para mais um ano, em contraponto com o espírito medieval que inelutavelmente  todas as épocas e todas as gerações, por mais altas que sejam as suas conquistas. Oxalá possamos ultrapassar os resquícios e entornos da Idade Média dos nossos tempos e insuflar na sociedade a essência do Espírito Renascentista que nos é proposto no dealbar de cada ano. É a este gérmen revitalizador que eu chamo o genuíno Baptismo da nova era. É também este o “Virar de Página”  que está na ordem do dia.

Serve esta breve observação de abertura para a proposta de Renascimento que apresentarei no próximo ‘blog’, uma proposta de um autêntico e incansável Precursor de um Tempo Novo, do qual bem poderei dizer, não sem profunda mágoa, o que outrora foi dito: “No meio de vós, há alguém que vós não conheceis”.

 

09.Jan.22

Martins Júnior

 

 

  

  

Sem comentários:

Enviar um comentário