antes que houvesse mar ou ilha
já Platão lhe dera a oval caverna
num outro éden de folhas secas
espalmadas
mas a sombra criou-a ela
e sombra inteira assim ficou
sempre menina quase centenária
que azul fantasma havia nos teus olhos
para achares mais bela a sombra que o
corpo dela?
sempre a sombra corre mais depressa
sem nunca deixar de perseguir-me à
rectaguarda
melhor ser sombra porque é eterna
dentro ou fora da oval caserna
neste baile de sonâmbulos amantes
tanto mais juntos quanto mais distantes
receba-te Platão no Olimpo das reais
moradas
que nós aqui te olhamos e tocamos
no recorte da tua intocável etérea
imagem
Sombra de Sombras em eco desdobradas…
14.Jan.22
Martins Júnior
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