segunda-feira, 21 de outubro de 2019

DEPOIS DE UM POEMA DE EUGÉNIO DE ANDRADE… AGORA


                               

Agora que os silêncios são a cinza
De um chão que nunca foi
Agora que a saudade já não dói
E o nada
Nada  mais é  que a campa rasa a nossos pés
É aí  que nascem  as palavras infinitas
Soltas aladas e  nunca ditas
Mas prenhes de loucura desmedida
Daquela que não cansa nem acaba
Porque nunca foi ao cais da Despedida

Agora as palavras são janelas
Por onde entra e sai o mar
Por onde as manhãs casam com o luar
E o sol estende toda a noite as cortinas do desejo

Agora as janelas reabertas
São nómadas ubíquas sem  paredes certas
E todo o mundo é o seu lugar
…………..
Janelas de par em par
Nunca mais hão-de fechar !

21.Out.19
Martins Júnior


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