Porque
Nicolau é de todo o Mundo e não morre
Porque
é de Machico e aqui sempre há-de ficar
deponho
nas suas mãos ainda quentes o “Retrato”
que no mais
intimo
de mim mesmo lhe desenhei nas suas Bodas de
de
Diamante vivo.
Na ponta do teu
indicador direito
Assenta o mundo todo
E no fundo mais profundo dos teus olhos
Entrou e ficou
O que o mundo tem de mais belo e perfeito
Nascido nas ondas da baía de Zarco
Da tua objectiva fizeste aquele barco
Onde foste almirante e pescador
De aquém e além-mar
Naufragaste
No planetário aquário dos cetáceos
Alcançaste os promontórios Selvagens
África Oceânea Índicos Atlânticos
Tudo arrastaste na rede azul das tuas
viagens
Tudo o que é humano coube na tua lente
E mais ainda na concha do teu peito
Sorrisos infantis do sol nascente
E faces enrugadas
Mãos retalhadas
Onde a vida já é poente
Quem desvendar o santuário onde guardas
O tesouro ignoto das tuas mãos
inquietas
Não achará só películas rolos chapas de
umensos temas
Descobrirá o Grande Livro de Poemas
Doado às vindouras gerações
Andarilho das canções
Das lutas de Abril
Bandeirante e capitão
Em terras de Tristão
Serenatas e baladas
‘Rosas Brancas’ guitarradas
Contigo connosco
A vida é toda aquele saudoso ‘Sarau’
Ontem hoje e sempre
Grande e Nosso Nicolau
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Juntos
13.Mai.20
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