quarta-feira, 13 de maio de 2020

GUARDADOR DA HISTÓRIA


                                                 

Porque Nicolau é de todo o Mundo e não morre
Porque é de Machico e aqui sempre há-de ficar
deponho nas suas mãos ainda quentes  o “Retrato” que no mais
intimo de mim mesmo lhe desenhei nas suas Bodas de
de Diamante  vivo.


Na ponta do teu indicador direito
Assenta o mundo todo
E no fundo mais profundo dos teus olhos
Entrou e ficou
O que o mundo tem de mais belo e perfeito

Nascido nas ondas da baía de Zarco
Da tua objectiva fizeste aquele barco
Onde foste almirante e pescador
De aquém e além-mar

Naufragaste
No planetário  aquário  dos cetáceos
Alcançaste os promontórios Selvagens
África Oceânea Índicos Atlânticos
Tudo arrastaste na rede azul das tuas viagens

Tudo o que é humano coube na tua lente
E mais ainda na concha do teu peito
Sorrisos infantis do sol nascente
E faces enrugadas
Mãos retalhadas
Onde a vida  já é  poente   

Quem desvendar o  santuário onde guardas
O tesouro ignoto das tuas mãos inquietas
Não achará só películas rolos chapas de umensos temas
Descobrirá o Grande Livro de Poemas
Doado às vindouras gerações

Andarilho das canções
Das lutas de Abril
Bandeirante e capitão
Em terras de Tristão
Serenatas e baladas
‘Rosas Brancas’   guitarradas

Contigo connosco
A vida é toda  aquele saudoso  ‘Sarau’

Ontem hoje e sempre
Grande e Nosso Nicolau
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Juntos
13.Mai.20

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