No tabuleiro linear, a curvatura do
arco esconde um velho octogenário conduzido pela mão de uma criança. De uma
margem à outra são todas as gerações que atravessam a ponte milenar dos tempos
passados e futuros.
Sou eu um dos viandantes anónimos
demandando um outro sol e uma paisagem nova que a criança traz consigo. E fico
sem saber se é o velho que leva o infante ou se é o infante da nova era que conduz o velho, pela mão e pelo sonho...
E enquanto não alcanço o outro lado
caem cá dentro, mais pesadas que os passos no lajedo, duas bátegas intermitentes,
sem eco nem termo:
“Diante
de uma criança sinto-me cheio de ternura por aquilo que ela é, mas cheio de
respeito por aquilo que ela pode vir a ser” .
(Louis Pasteur).
“Não
há nada mais terrível que o olhar de uma criança” (Antero de Quental).
31.Mai/01.Jun.21
Martins Júnior
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