segunda-feira, 31 de maio de 2021

ATRAVESSAR A PONTE PELA MÃO DE UMA CRIANÇA…

                                                                        


        Entre Maio e Junho assentam todas as pontes sobre todos os rios…

No tabuleiro linear, a curvatura do arco esconde um velho octogenário conduzido pela mão de uma criança. De uma margem à outra são todas as gerações que atravessam a ponte milenar dos tempos passados e futuros.

Sou eu um dos viandantes anónimos demandando um outro sol e uma paisagem nova que a criança traz consigo. E fico sem saber se é o velho que leva o infante ou se é o infante da nova era  que conduz o velho, pela mão e pelo sonho...

E enquanto não alcanço o outro lado caem cá dentro, mais pesadas que os passos no lajedo, duas bátegas intermitentes, sem eco nem termo:

“Diante de uma criança sinto-me cheio de ternura por aquilo que ela é, mas cheio de respeito por aquilo que ela pode vir a ser” . (Louis Pasteur).

“Não há nada mais terrível que o olhar de uma criança” (Antero de Quental).  

 

31.Mai/01.Jun.21

Martins Júnior

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