Se
queres conhecer a árvore, procura-lhe as raízes. Este é o primeiro desígnio e a
primeira investigação séria sobre tudo aquilo que nos diz respeito, em qualquer
campo das ciências exactas. O madeirense tem, nesta área, um linguajar típico,
mas implacavelmente científico, consistente, quando diz: ”Se queres conhecer
cão de caça, procura-lhe a raça”.
É o que estamos a fazer neste mês de
Julho, que coincidentemente começa com os campanudos discursos de salão aos pés
de uma Autonomia feita só à medida, como fato fátuo, dos seus aduladores. Adiciono hoje mais
algumas notas sobre o parto e a anatomia dessa Autonomia.
Passo, pois, ao ponto 4ª:
Registada e baptizada por dois ‘gendarmes’ (passe o galicismo) do
Estado Novo de Salazar, trataram logo de apresentar-se como legítimos procriadores
da Democracia e da Autonomia. E o mencionado bispo lisboeta, já lembrado no
escrito anterior, lá foi, de paróquia em paróquia, de sacristia em sacristia,
convencer os padres de que o (também já lembrado) jovem protegido, em linha
colateral, do antigo regime, seria ele e seria o seu partido o governo ideal
para a Madeira.
E
assim se fez o caminho de uma Autonomia, filha incestuosa de dois pais promíscuos
que abusaram do nome de Deus e da Igreja para adestrarem ao cinturão a
liberdade de Abril e manietarem em suas mãos a recém-nascida
5º
- Era preciso mais: sugar a Igreja até ao tutano. O tutano chama-se “Jornal da
Madeira”, o jornal da diocese, mais conhecido pelo “jornal dos padres”. As quatro
mãos sem escrúpulo juntaram-se em ‘concílio’ insular e, na mais crapulosa
clandestinidade, forjaram este pacto satânico: pegar no Órgão de Comunicação
escrita da Igreja madeirense e entregá-lo ao poder político-partidário do tal
falso tutor da Autonomia, primeiro como director e mais tarde como dono e
dominador. Estava feita a guerra da mais crassa ambiguidade: com a cara-máscara
de Igreja, o ‘pasquim’ passou a ardina e o ‘caixeiro-viajante’ do poder
político e de toda a sua propaganda.
Pior
que a traição de Judas! Nem trinta dinheiros brilharam em tão sujo tráfico. Tudo
talhado à imagem e semelhança do Estado
Novo: a aliança entre Cerejeira e Salazar, a Igreja, feita égua, montada pelo
governo cavaleiro. É neste poço de águas turvas que foi baptizada e enraizada a
Autonomia sob a qual ainda vivemos.
6º Mas faltava mais. Isso aprenderam os
dois usurpadores da Autonomia. Por mais estranho que pareça, eles sabiam de cor
a cartilha do totalitarismo. Leram em Lenine e Mao Tse-Tung: “O poder está na ponta de um fuzil”. Era
preciso o braço armado em campo de guerra. E ele apareceu, tremendo, bombista,
estrangulador de vidas jovens. Ao poço de águas turvas juntou-se o barril de pólvora!
Fica para o próximo ‘programa’
bloguista de terça-feira, 13.
09.Jul.21
Martins
Júnior
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