O estrondo das cinzas mortas que caíram em terra pesam mais
que o estalo meteórico das lantejoulas suspensas dos astros…
A que sabem e a que cheiram as napoleónicas celebrações do
Natal e Ano Novo no Capitólio Vaticano?... 
À apoteose da pólvora dos vencedores?
Ao sarcasmo e ao holocausto dos vencidos?
Ao pranto da bíblica Mãe Raquel perante os filhos mortos? 
À entronização populista de David, “Sacerdote, Profeta e Rei”?
À opulência militar de Israel e de Jeovah, “Senhor Deus dos
Exércitos ”?
À nudez putrefacta dos corpos sepultos entre os escombros?
Enquanto Belém está  hoje mais esmagada e proscrita  que a Gruta de outrora, enquanto as mães fogem
espavoridas com bebés ao colo a caminho do velho Egipto, deixando  milhares de crianças – os Meninos de hoje - assassinadas
sob as ruinas de Gaza,
a Basílica Romana veste-se de gala, os titulares cardinalícios
estreiam 
 indumentária faraónica
por entre possantes colunas salomónicas, a que não falta o ridículo quanto
repugnante pelotão da Guarda Suíca, 
e cantam, cantam, samodiam, alagam de luz eufórica o palácio
papal, tudo em honra do Jesus Menino e Maria, sua Mãe”!!!
Tremenda contradição, senão mesmo despudorada hipocrisia.
Melhor cobrissem-se  de
luto e suspendessem as anacrónicas loas a Israel e ao Menino.
Porque o único desejo do Menino não é ouvir salmos
desfazados, mas sim libertar as Crianças de Belém, de Gaza, do mundoi inteiro!
1-3-5.Jan.24
Martins Júnior  



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