quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

COMO SE ELE NASCESSE AQUI…



         Natais há muitos… Como os chapéus da feira.
         Há o Natal do das escadinhas, muito típico e muito nosso. Há o Natal do musgo e das ‘cabrinhas’ que cheiram a campo. Há o Natal da cidade, das barraquinhas, o Natal da poncha (Ah, que na cidade Natal sem poncha não é Natal), há o do bolo de mel e da ‘macia’. Ficam todos abraçados no Natal do Mercado. E na Consoada, onde o peru é rei e réu. Há ainda o pinheirinho que entrelaça o campo e a cidade. Há o Pai Natal, da chaminé, das prendas e do sapatinho. Que mais Natais navegam por esse mar fora?... Sim, há os das ‘missas do parto’, tão alienantes e anestésicos como os já ditos.
         Avança-se e entra-se numa dessas grutas mais sensíveis e temos o Natal do 25 de Dezembro, improvável porque convencional, o Natal de Belém, da Palestina, o de Maria e seu casto esposo José, o Natal dos pastores e das ovelhinhas, da vaca e do burrinho. E, no topo, o Natal das palhinhas e do Menino, de massa ou de pinho pintado, olhinhos ternos, rechonchudinho, (não há encanto maior!) fixando os anjinhos que lhe cantam por cima da cabeça como revoadas de chilreios em manhã de primavera.
         Tudo muito belo e divertido, a que a embriaguez das ‘mangueiras’ e dos néon´s emprestam a ‘pica’ que adormece as multidões!
         Mas haverá alguém por aí, com olhos de ver e ouvidos de entender, que sintonize o seu auto-receptor e capte a mensagem que vagueia no ar desde milénios à espera de quem a aceite e interprete: “Que veio fazer essa Criança a este planeta?”.
         Depois, para completar a resposta, confrontar-se-á com outra magna questão: “Poderia Ele, essa Criança, ter nascido na tua terra, na tua cidade, na tua aldeia?”.
         Será esse o mote para o nosso presépio, plasmado em relevo, luz e som:  “COMO SE ELE NASCESSE AQUI”…

         11.Dez.19
Martins Júnior

2 comentários:

  1. Fico suspenso e curioso como, na verdade, todos os seguidores do Pe. Martins Júnior, sobre a forma e o conteúdo da mensagem do presépio 2019, da Ribeira Sêca. "Como se ELE nascesse aqui". Aguardem para ver.

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  2. Acredito bem que o Jesus, neste ano, nasceu (nasce)mesmo ali. As luzes já estão acesas a algum tempo. Os olhos purificaram-se e as pessoas, como pessoas com os seus ideais cristãos, são as palhas, onde o Menino se levanta... não se deita, está bem de pé e firme.

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