De
diamante puro e duro
São hoje
as últimas cinzas de Auschwitz
Mas não
morreram com elas
As
insaciáveis goelas
Do forno
crematório
Nem têm
princípio nem fim
As chamas
e o cutelo de Caim
Não mais
secaram as fauces do antropófago Minotauro
Nem se
apagaram as fogueiras dos sacros autos
Para
cevar a raiva e a sede
Os
humanos tribais em jarros lautos
Chamam de
novo o lume de Auschwitz
Dão-lhe
outro nome e outra cor
Rompem o
céu matam-lhe o fulgor
Cavam secretos
subterrâneos
Fundam
infernos mediterrâneos
E sempre
o mesmo furor… e a mesma dor
Saberá
quem e não sabe ninguém
Se dentro
de nós também
Em
aparente e sereno dormitório
Não restarão
sequelas
Das intermináveis
goelas
Desse
monstro crematório…
27.Jan.20
Martins Júnior
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