Basta-me ficar com a Voz e o Olhar.
A sua Voz – fluente como um fio de mel –
que untava e juntava numa simbiose perfeita os quatro timbres do magno Orfeão
do Seminário do Funchal e ecoava melodioso pelas naves góticas da Sé Catedral!
O seu Olhar sereno e seguro onde podiam
encontrar abrigo todos os sonhos, todas as inquietações e todas as angústias de
quem o procurava!
Tudo o mais – o professor, o poliglota,
o cidadão do mundo, o pedagogo e pastor, o colega amigo – tudo se condensa na
sua Voz e no seu Olhar.
Sacerdote sem medo, jamais esquecerei – e
jamais esquecerá o Povo da Ribeira Seca – a sua presença (sempre a Voz e o
Olhar) na celebração comemorativa do aniversário do 27 de Fevereiro de 1985, data da ocupação da igreja, a mando das autoridades governamentais. Um Gigante
de coragem e fidelidade evangélica em tempos duros!
Irmão humilde que partilhou comigo revezes
e injustas repisas hierárquicas, mas sempre firme, pleno do optimismo interior que
enobrece as grandes almas!
Octogenário como eu – Sentido!!! –
estamos diante de Alguém que deu uma vida inteira em prol de uma Causa Maior.
Nada mais lhe posso dar, nem ele
precisa. Tão-só, dizer-lhe:
“Rafael-Irmão, enquanto me faltarem
dias, meses ou anos para chegar à tua meta, ficarei sempre com a tua Voz e o
teu Olhar!
03.Set.21
Martins Júnior
Obrigado por esta homenagem ao meu padrinho.
ResponderEliminarDuarte Mendes