sexta-feira, 3 de setembro de 2021

A VOZ QUE CLAMA E O OLHAR QUE TRANSFIGURA!

                                                                   


Basta-me ficar com a Voz e o Olhar.

A sua Voz – fluente como um fio de mel – que untava e juntava numa simbiose perfeita os quatro timbres do magno Orfeão do Seminário do Funchal e ecoava melodioso pelas naves góticas da Sé Catedral!

O seu Olhar sereno e seguro onde podiam encontrar abrigo todos os sonhos, todas as inquietações e todas as angústias de quem o procurava!

Tudo o mais – o professor, o poliglota, o cidadão do mundo, o pedagogo e pastor, o colega amigo – tudo se condensa na sua Voz e no seu Olhar.

Sacerdote sem medo, jamais esquecerei – e jamais esquecerá o Povo da Ribeira Seca – a sua presença (sempre a Voz e o Olhar) na celebração comemorativa do aniversário do 27 de Fevereiro de  1985, data da  ocupação da igreja, a mando das autoridades governamentais. Um Gigante de coragem e fidelidade evangélica em tempos duros!

Irmão humilde que partilhou comigo revezes e injustas repisas hierárquicas, mas sempre firme, pleno do optimismo interior que enobrece as grandes almas!

Octogenário como eu – Sentido!!! – estamos diante de Alguém que deu uma vida inteira em prol de uma Causa Maior.

Nada mais lhe posso dar, nem ele precisa. Tão-só, dizer-lhe:

“Rafael-Irmão, enquanto me faltarem dias, meses ou anos para chegar à tua meta, ficarei sempre com a tua Voz e o teu Olhar!

 

03.Set.21

Martins Júnior  

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