quinta-feira, 5 de novembro de 2020

“SURFAR” A ONDA GIGANTE

                                                                       


Tornou-se o planeta uma onda total, parece que reservada aos que tiveram o privilegio de habitar a praia do século XXI.

Somos nós. Cada um de nós.

Quem habita a praia não pode fugir à vertigem magnética das marés, sob pena de auto-traição e consequente destruição. Forçoso – galvanizante e libertador! - é rasgar a onda, amarrá-la aos braços, subir com ela e mais alto que ela, até cantar vitória  precisamente no trono da mítica potência que nos queria derrubar.

Neste palco-promontório, de que somos  parte provisória, mas única e intransmissível, olhemos o anfiteatro oceânico da praia-rainha da Nazaré. Fixemos as vagas.

Uma delas é a nossa: mais bravia ou oscilante, mais matreira ou mais amante, mais pandémica ou mais oculta, colada ao peito, aquela que ninguém vê – enfrentemo-la sem trégua e, qual McNamara gigante, façamos da vaga, seja a primeira, segunda ou múltipla, e façamos dela o cavalo-alazão, puro sangue, que nos transportará ao olimpo dos dias futuros.

Surfar é preciso.

Para depois navegar no mar alto!

 

05.Nov.20

Martins Júnior

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