Tornou-se
o planeta uma onda total, parece que reservada aos que tiveram o privilegio de
habitar a praia do século XXI.
Somos
nós. Cada um de nós.
Quem
habita a praia não pode fugir à vertigem magnética das marés, sob pena de
auto-traição e consequente destruição. Forçoso – galvanizante e libertador! - é
rasgar a onda, amarrá-la aos braços, subir com ela e mais alto que ela, até
cantar vitória precisamente no trono da mítica
potência que nos queria derrubar.
Neste
palco-promontório, de que somos parte
provisória, mas única e intransmissível, olhemos o anfiteatro oceânico da
praia-rainha da Nazaré. Fixemos as vagas.
Uma
delas é a nossa: mais bravia ou oscilante, mais matreira ou mais amante, mais
pandémica ou mais oculta, colada ao peito, aquela que ninguém vê – enfrentemo-la
sem trégua e, qual McNamara gigante, façamos da vaga, seja a primeira,
segunda ou múltipla, e façamos dela o cavalo-alazão, puro sangue, que nos transportará
ao olimpo dos dias futuros.
Surfar
é preciso.
Para
depois navegar no mar alto!
05.Nov.20
Martins Júnior
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