domingo, 19 de dezembro de 2021

SEGURANÇA, FORTALEZA E AUTO-DEFESA ÀS PORTAS DE BELÉM

                                                                        


Se em tempo de guerra não se limpam armas, do mesmo jeito em tempo de Natal covidado não se tecem glosas. Bastar-nos-á olhar ‘com olhos de ver’ o contexto geo-sociográfico do acontecimento histórico para nos apercebermos da mundivisão e da estratégia comportamental que, no todo e na parte,  o “25 de Dezembro” tacitamente condensa.

Por isso, viajamos na JANGADA DE BASALTO rumo aos lugares, cujas pedras e areias servem de testemunhas oculares do grande feito do Nascimento. E assim em cada convés debruçamo-nos sobre o imenso oceano das mensagens que da caverna de Belém inundam os continentes e os silêncios em que vivemos. Ao ritmo das denominadas Missas do Parto, descobrimos o supremo valor da “Segurança”, em contraponto com a insegurança mundial, a instabilidade individual e colectiva que nos comprime no comum dias.

Apesar de inseguro fisicamente desde o primeiro instante de vida (ninguém lhe proporcionou um quarto, nem um desvão de escada sequer para nascer) até ao ultimo suspiro (expulso da terra para morrer), o Menino, o Nazareno ensinou-nos a cultura da Segurança interior, sólida e permanente, pronta a agir no momento oportuno.

Aliado a este alicerce basilar da personalidade, a Criança de Belém ganhou e persistiu no Espírito de Fortaleza que, não só educa para o estatuto de Auto-Defesa, como estimula a motivação consciente de abater a prepotência dos altos penhascos e preencher as graves lacunas de que enfermam vales e comunidades. Foi o próprio Percursor quem o proclamou no deserto e os ventos do norte trouxeram até aos dias de hoje.

Eis, sucintamente e apenas como pista de reflexão dinâmica, a bandeira que colocamos nesta quinta enseada estacionária (a quinta Missa do Parto) para fortalecermos esta viagem breve até Belém e, com ela, debruçados no quinto convés da Jangada, alcançarmos aquele potencial de resiliência capaz de afrontar ciladas e voragens de que estão cheios o mundo e  vida.

 

19.Dez.21

Martins Júnior

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