Se em tempo de guerra não se limpam
armas, do mesmo jeito em tempo de Natal covidado
não se tecem glosas. Bastar-nos-á olhar ‘com olhos de ver’ o contexto geo-sociográfico
do acontecimento histórico para nos apercebermos da mundivisão e da estratégia
comportamental que, no todo e na parte, o “25 de Dezembro” tacitamente condensa.
Por isso, viajamos na JANGADA DE
BASALTO rumo aos lugares, cujas pedras e areias servem de testemunhas oculares
do grande feito do Nascimento. E assim em cada convés debruçamo-nos sobre o
imenso oceano das mensagens que da caverna de Belém inundam os continentes e os
silêncios em que vivemos. Ao ritmo das denominadas Missas do Parto, descobrimos
o supremo valor da “Segurança”, em contraponto com a insegurança mundial, a
instabilidade individual e colectiva que nos comprime no comum dias.
Apesar de inseguro fisicamente desde o
primeiro instante de vida (ninguém lhe proporcionou um quarto, nem um desvão de
escada sequer para nascer) até ao ultimo suspiro (expulso da terra para morrer),
o Menino, o Nazareno ensinou-nos a cultura da Segurança interior, sólida e
permanente, pronta a agir no momento oportuno.
Aliado a este alicerce basilar da
personalidade, a Criança de Belém ganhou e persistiu no Espírito de Fortaleza
que, não só educa para o estatuto de Auto-Defesa, como estimula a motivação consciente
de abater a prepotência dos altos penhascos e preencher as graves lacunas de
que enfermam vales e comunidades. Foi o próprio Percursor quem o proclamou no
deserto e os ventos do norte trouxeram até aos dias de hoje.
Eis, sucintamente e apenas como pista
de reflexão dinâmica, a bandeira que colocamos nesta quinta enseada estacionária
(a quinta Missa do Parto) para fortalecermos esta viagem breve até Belém e, com
ela, debruçados no quinto convés da Jangada, alcançarmos aquele potencial de
resiliência capaz de afrontar ciladas e voragens de que estão cheios o mundo
e vida.
19.Dez.21
Martins
Júnior
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