segunda-feira, 23 de setembro de 2019

CONTRA O IMPÉRIO “MONO” – VIVA “SETEMBRO 22”


                                                              

         No princípio era a Ilha. – afogada pelo mar, o mesmo e único mar.
Eram os DDT, os ‘Donos Disto Tudo’, capitães Donatários.
Era e continuou a ser a Diocese. Aliada do Poder.
E domesticadora, castigadora, castradora do Povo.
Era a Monarquia de lá. Depois,  veio a República e veio a Democracia.
Mas continuou a Monarquia. A de cá.
Habituámo-nos e ‘gostámos’ do mar que aperta, do DDT (não de dois, mas de um, o Único) que nos garroteou e depois nos deixou órfãos. Gostámos das sotainas vermelhas que nos metiam debaixo delas para nos salvar.
Sitiados, anestesiados, domesticados até ao tutano, já não podíamos viver sem a grilheta que nos prendia à cela, sem a peneira que nos tapava o sol e sem o tapume de chumbo que não nos deixava respirar.
Quantos madeirenses puderam respirar o ar puro da liberdade ou sentir o cheiro álacre da sua verdadeira autonomia?... Quantas gerações?...
Até mesmo quando Abril rompeu as cadeias e soltou as rédeas do vento norte para enchermos de um novo sopro os pulmões da Ilha, deixámo-nos ficar acorrentados à sombra da bananeira, a mesma,  regados e untados com a mesma água-benta que lhe engrossava o troço… Durante 43 anos.
Mas alguém chegou e abalou as portas férreas da ditadura eclesiástica. E soltou um Povo!
Terá sido o prenúncio do novo ar que ontem, Domingo 22,  se evolou sobre os insulares? Oxalá! Seja a capicua da sorte o novo rumo desta Nau, chamada Madeira!
 Terminado o reino dos “Monos” – o monopoder absoluto, o monopartido, a monosotaina – abriram-se, enfim, as comportas, ainda incipientes, inseguras,  do diálogo, da cooperação, do respeito mútuo e da construção comunitária. Saibamos segurá-las, ampliá-las!
          
23.Set.19
         Martins Júnior




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