Não há portas nos muros da cidade
Nem janelas nas areias do deserto
Muros e portas são as mãos que as fazem
E dentro delas
Nascem e morrem todas as janelas
Se for no mar fundo o teu castelo
Eu serei as ameias
Por onde verás todas as luas-cheias
Da abóbada celeste
E se no ermo mais agreste
Fizeres térrea a tua choça
Eu serei o velho postigo
Para deixar entrar o chão de estrelas
Que trago comigo
No reino dos dias inteiros
De um tempo sem ponteiros
Não há muros nem janelas
Nada é fechado
Porque tudo é verdadeiro
19.Set.19
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário