Estamos juntos!
Se ele morreu, também com ele morreu
algo de mim. Mas se estou vivo, comigo está o seu braço erguido, está a sua voz
sem termo, está a sua alma inteira abraçando o mundo.
Foi assim na Ribeira Seca em 2012,
quando quis associar-se ao 50º aniversário da minha missão pastoral. E assim
ficou connosco, espalhando ao vento norte e ao mar do sul as notas sonoras, coloridas da sua
mensagem perene: Verdade, Amor e Perdão, Saúde, Liberdade, Justiça, Fraternidade
– testamento de ouro escrito nos muros do nosso palco e nos corações da nossa
gente. Foi a sua última passagem por terras de Tristão Vaz.
Teçam outros o estendal de linho puro
das suas canções, os 20 álbuns que perpetuarão o rasto luminoso que nos deixou.
Descrevam outros, se a tanto lhes chegar o engenho e não lhes faltar a arte,
descrevam a versatilidade poliédrica das suas cordas vocais. Exaltem o seu
talento tão alto quanto a sua humildade de “irmão de todos os nus”. Que eu
canto e guardo, até que surja a minha vez, as “Lutas Velhas-Canto Novo”…”Que a
resistência de um Povo também se cria a cantar”.
Nos alvores de Abril, o vale de Machico
encheu-se desse pregão gigante que se repercutiu e se fez eco, da baía até à
montanha, porque das velhas lutas de outrora em “tempos de servidão”, o Povo
soltou o Canto Novo da Liberdade e da Vida.
Pedro
Barroso identificou, nesse seu canto, o historial patriótico dos seis séculos
que o Povo de Machico viveu no seu amor à terra e na resiliência do seu futuro
em construção.
A nossa maior gratidão.
Estamos Juntos!
17.Mar.20
Martins Júnior
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