Ao Colega e Amigo  que, partindo, nunca se apartará de nós
                                                                                         Foto-DGomes
Fosse maior que o mundo
Esse barco que te leva
Nele não caberia  teu corpo escasso
Porque mais largo e alto e fundo
Foi o teu espaço
Onde habitava todo o universo
Filho das raízes milenares
Foste Mário, foste Mária, o pleno de Todos os Mares
No coração Francisco de Assis
Na alma Teilhard de Chardin
Em cada ser que vias estava o teu país
E era tua a Terra-Mãe, a Terra-Irmã
Quanto mais agarrado a ela
Mais alto vogava a alma tua caravela
Pó caído nunca foste nem és
(Perdoe-me Vieira ‘Imperador´)
Pó erguido sempre
Bíblico rochedo contra ventos e marés
Na voragem das noites e dos dias
Davídico pastor serrano
Venceste sempre a caterva de todos os
Golias
Vais para a tua casa 
Dormir na tua  cama, a cama que fizeste
Os lençóis de verde vinha que teceste
Erva cidreira, flor da laranjeira
Almofada doce fruto da Figueira
E nos sete palmos do teu trono terreal
O perfume e o sabor daquele Sercial
Que trataste como quem ama
O filho a sua mãe, o amante a sua dama
Hoje é o teu cortejo triunfal
Que em vida sempre rejeitaste
Também vou contigo
Mas antes que eu vá, fica sempre comigo
Fica  connosco
E lá por onde caminhares
Feliz octogenário de sorriso infantil
Faz que cresçam  mil cravos de Abril
Faz que renasçam mil Padres Tavares
O7.Jun.20
Martins Júnior

Comungo, em pleno, este "retrato". Um abraço de saudade ao P. Tavares e um de amizade ao P. Martins.
ResponderEliminarMuito lindo, fraterno e profundo, este poema de amor universal, dedicado a quem partiu, cheio de Vida e nos deixa saudosos no Mundo! Paz à sua alma!
ResponderEliminarMuito bonito este poema bem verdadeiro e merecido ao SR PADRE MÁRIO TAVARES
ResponderEliminarNem Eugénio de Andrade, nem Sofia de Mello Breyner conseguiriam escrever e declamar desta maneira, como fez o autor deste poema, na ocasião da cerimonia litúrgica de despedida ao saudoso Pe. Tavares. Na verdade, só a poesia tem esta magia encantadora de nos libertamos do arresto da morte. Parabéns Pe. Martins.
ResponderEliminar