terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O CORO DOS SILÊNCIOS – PARA O DIA MUNDIAL DO DOENTE


                                                  

      Na capicua perfeita do dia 11, leio o princípio e o fim, o verso e o reverso, o nascente e o poente consubstanciados no mesmo abraço indistinto da condição humana.
     Percorri o universo das dores, subi e desci escadas marmóreas de hospitais, bati às portas dos tugúrios carcomidos pelo abandono, deitei-me nas enxergas onde brilham todas as noites dois olhos encovados despedindo-se da vida.
      Juntei-os todos - gemidos, monossílabos inaudíveis, adeuses terminais – e sobretudo os silêncios expectantes. Com eles estendi a pauta e dentro dela, mais que os acordes de Marcha Fúnebre, escutei a “Ode Triunfal” do tributo à Vida.
    Ali estavam também os compassos, em branco, do meu lugar!... Do teu!... Do nosso!...
     Para todos os que sofrem e para todos os que hão-de sofrer – hoje, que é o seu, o nosso dia – ergo, optimista, o lenço verde da Esperança e/ou a bandeira rubra da Missão Cumprida!

11.Fev.20
Martins Júnior

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