POSTAL DE VERÃO 8
Chega ao fim a mais votada de todas
as estações do ano. Neste Verão de 2020,
só o sol foi campeão. Mas nem ele nem a praia nem o azul de céu e mar viveram a
liberdade de estar connosco. Um ‘gorila’-fantasma omnipresente nas peias do
medo amarrou-nos de tal jaez que não nos permitiu viver em plenitude as dádivas
da estival natura. Ficaram alguns postais evocativos da mais brilhante estação
do ano. Postais de outros verões perpassaram, longínquos, neste blog doméstico,
como quem desdobra fotos antigas, à mesa de família. Hoje será o último. Evoca
o baptismo de Baco na pia do lagar caseiro. É uma canção entusiasticamente
cantada e coreografada todos os anos pelos jovens da Ribeira Seca, nas festas
de Verão. Faz parte do CD, intitulado “Terra da Minha Saudade”. A vindima é
luta. No lagar a uva geme e morre. Os ‘borracheiros’ transportam o mosto pelas
veredas do Larano. E à nossa mesa, o vinho é festa!
VIVA A ALEGRIA DO POVO
QUE É ALEGRIA VERDADEIRA
AS UVAS DÃO VINHO NOVO
VINHO NOVO DA MADEIRA
A uva nasce da terra
Da luta do lavrador
Da uva se faz o vinho
Para a Mesa do Senhor
Toma lá moça bonita
O cestinho de uva preta
Também leva este recado
Contigo ninguém se meta
O povo está amargurado
Está morto de trabalhar
Temos vivido espremidos
Como as uvas no lagar
Vem-se do Norte p’rá rua
Já passámos o Larano
Acabámos a vindima
Quem quer mais venha p’rao ano
15.Set.20
Martins
Júnior
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