terça-feira, 27 de outubro de 2020

E AGORA, FUNDAMENTALISTAS LÍQUIDOS DA INSUSTENTÁVEL CERTEZA EPIDÉRMICA???

 


Tempos tumultuosos os que vivemos!

O tumulto vem, subtil e penetrante como vírus perturbador, na leveza da grande nuvem que envolve neurónios, cérebros, pulsões e decisões. A nuvem toma a figura de um ponto de interrogação, tão grande e disforme que não cabe nas teclas em que escrevo.

          ?

Hoje, dirijo-me aos cultores  do (oficialmente) Sagrado.

Aos vassalos indefectíveis do Poder Hierárquico.

Aos escrupulosos dogmatistas de uma Fé virtual (também ela oficial), assente numa indiscutida infalibilidade pontifícia.

Aos construtores de uma torre inexpugnável a que deram o temerário nome de Moral “cristã e ocidental”.

Em síntese, aos fogosos panegiristas do Papado Imperial, (Deus no céu e o Papa na terra) os tais “mais papistas que o Papa”.  

A todo o séquito-exército inquisitorial (especialmente o instalado nos dicastérios da cúria vaticana) fundamentalistas líquidos da espuma epidérmica que adoram como deusa do Templo:

E agora?...

Após as últimas declarações do Romano Pontífice sobre o estatuto humano e cristão da comunidade LGBT, vem o tumultuante tropel das interrogações:

É lícito dar (ou não) crédito ao Chefe e Líder universal da Igreja?

É legítimo (ou não) o culto ao Soberano Pontífice?

É justo (ou blasfemo) considerá-lo representante de Cristo?

É imperativo de Fé obedecer (ou desobedecer) ao Papa de Roma?

Ter-se-á o Papa enganado, tergiversado, resvalado?

Será este o fim da Igreja Católica – ou o seu renascimento?

 Tempo de interrogarmo-nos. A nós também. A cada qual (eu, tu, ele) a quem coube a sorte de atravessar esta onda colossal que tomou conta do planeta, em todas as latitudes e em todos segmentos da condição humana. O da Igreja e de muitos outros.

27.Out.20

Martins Júnior

 

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