Perfaz um ano o invasor Covid entre nós, com o trágico brinde que deixou ao mundo: milhares, milhões de vítimas em todas latitudes. São contraditórios os derivados do mesmo tronco, uns de incurável amargor, outros de esperança e optimismo, sobretudo na área da ciência. Ficará o mundo melhor no pós-pandemia?... Purificar-se-ão as mentalidades?... Sem dúvida, se soubermos cultivar os valores e as oportunidades que daí surgirão. São estes os meus votos, agradecendo ao arquitecto e amigo Nuno Fernandes a ilustração adaptada que encima o presente texto.
Quantos anos quantos séculos tem
Um ano só?...
E quantas vidas tem
O bolbo hídrico parido
Do régio
incesto entre Deus e o Diabo?...
Do mesmo esperma e do mesmo ovário
Que se escoam entre os dedos mas não cabem em todo o planeta
Nasce tudo e o seu contrário
Brota amor vomita tédio
Mata o fogo fumega a luta
Droga o corpo acorda a alma
E do caixão que traz ao mundo
Faz um trono redivivo
Onde impera o Dia Novo
Estranho bolbo em solo XXI!
Em nosso mar em nossa rua em nossa casa
Somos seu indefeso hospedeiro
Mas enquanto cá estiver
Ou inquilino for neste terreiro
Pelo calor das nossas mãos há-de verter
A seiva rubra das fúlgidas romãs
Abrindo o colo das vindouras suspiradas
manhãs
03.Mar.21
Martins Júnior
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