terça-feira, 23 de março de 2021

ASSASSINATO OU SUICÍDIO? – DUAS SEMANAS DE QUARENTENA PESADA

                                                                           


De quarentena, sim. Não daquela que paralisa ou encarcera o corpo, mas de uma outra, a que, primeiro, comprime e aperta os neurónios para, depois, libertar o espírito. Até 4 de Abril, não serão passeio fácil os dias e as noites que medeiam esta ponte que separa as duas margens da primavera. Acompanhe-me quem achar por bem e tiver coragem de olhar o sol da realidade factual, sem preconceitos e sem fúteis misticismos.

O caso é mais duro que a crueldade ocorrida com George Floyd, lá longe nos EUA, mais hediondo que o de Ihor Homeniuk, afogado às mãos do SEF, aqui tão perto. O mundo estalou de indignação, porque dois homens foram assassinados sob o ‘império’ das autoridades oficiais. No protesto das populações eram patentes, gritantes, três veementes questões e tão  urgentes quanto as respostas: Quem?... Como?... Porquê?...

         O caso é mais cruel, mas parece apenas de protocolo anual, se não apetecido, ao menos pacificamente consentido:

Um outro cidadão, de pleno direito do reino de Israel (já lá vão mais de dois mil anos) foi barbaramente torturado e assassinado no mais humilhante patíbulo da época: a Cruz.

E ninguém acorre, a perguntar: Quem matou?... Por que o matou?... Quais o processo e a forma de execução da  pena?..

A quarentena interrogante balança entre dois polos antitéticos, dificilmente conciliáveis: Assassinato ou Suicídio?... Jesus foi morto ou foi Ele próprio que se matou, entregando-se directamente aos algozes?

Como foi dito acima, a pergunta é tão pesada quanto ou mais que a quarentena. Mas é preciso formulá-la com racionalidade e frontalidade, perscrutá-la, até encontrar (talvez o impossível!) uma resposta minimamente satisfatória à inteligência humana. Porque, aqui também, ‘a culpa não pode morrer solteira’.

 Dois autores ajudar-nos-ão a um esclarecimento plausível:

O primeiro é Jacques Paternot, engenheiro, industrial, economista, escreveu um livro e títulou-: “O assassinato de Jesus”. Por outra o lado, o analista e teólogo Pierre-Emanuel Dauzat optou pela designação mais cruenta, em sua obra: “O Suicídio de Cristo”.

Da extensão e compreensão da resposta, dependerá a nossa visão da realidade factual e, mais do que isso, ditará o nosso posicionamento (activo, passivo ou quase folclórico) sobre como comemorar tão trágico  e criminoso acontecimento.

 

23.Mar.21

Martins Júnior  

 

Sem comentários:

Enviar um comentário