Postais de Verão 2
Leve e breve bateu à janela
Mas não entrou
Eram tranças de linho fino
E fios de harpa
Suspensos da sidérea
escarpa
Com sede da terra
Sopro de sol novo
Trouxe-a pela vidraça
E pousou ternura e graça
Na palma da minha escrita
“Estranha intrusa
Fora de horas chego
agora
Prematuro inverno que
abusa
Desta mansão que é tua
E onde só a beleza mora
Mas também sou o espelho e o temão:
Sem o bater do vento frio
Não saberás nunca o fogo da paixão
Nem será pleno o sol do estio
Sem a minha líquida canção
Nunca aprenderás o refrão do teu verão”
……………..
Abriram-se as janelas do meu quarto
O perfume quente quase
sensual
Soltou-se do húmus perto
Encheu de alecrim e alfazema o meu portal
Enquanto uma matava a fome de terra que trazia
E outra a sede de água que caía
Ressoava nas encostas do vale
A Ode Planetária
Do Paraíso Terreal
05.Ago.20
Martins
Júnior
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