Postais de Verão 3
Deram tudo quanto tinham…
Para matarem as sedes distantes, a
pedra apertou-as ao seu seio duro. E de rios que eram, ficaram veias ténues,
esguias e mudas, quase secas…
Levam águas e mágoas, trazem espigas e
pão.
Arrastam candeias nocturnas, pés
gretados e ainda o cheiro à nitroglicerina adunca e ao sangue dos que ali
ficaram…
Trazem saudades, deixam lilases, semeiam
poemas…
Levadas que somos… que as construímos…
que as amamos…
Por nós, nenhuma terra terá sede e
nenhuma flor há-de murchar!
27.Ago.20
Martins Júnior
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