Postais de Verão 4
Noite sem palavras e Noite guardadora
de todas as emoções.
Palavras inaudíveis nas mãos invisíveis
daqueles jovens que arquearam as caravelas crepitantes no dorso do basalto.
Palavras gritantes nas chamas mudas
desentranhadas da terra.
Palavras vivas saídas das memórias
sepultas.
Palavras filhas da terra, que para o
seio dela voltam em lava e cinza, aguardando o ano inteiro pela sua páscoa de um
Agosto novo.
Santo Graal escondido nas pregas da
montanha, desde a primeira noite da Descoberta.
Fénix Renascida – OS FACHOS – espelho do
brasão da filha de Tristão Vaz, Branca Teixeira, reincarnada neste vale majestoso,
que foi seu e hoje nosso.
Alma de um Povo, ajoelhada na catedral
de outrora, tal qual saíu das mãos do Supremo Criador.
Porque é no silêncio curvado que os
nossos olhos se erguem e sonham e cantam a inenarrável saga dos nossos
antepassados:
Os
Fachos na serra
Altos
a brilhar
São
a voz da terra
Que
fala a cantar
Cantigas
de amor
Pão
e vinho novo
Bendito
o Senhor
Pela
voz do Povo
29.Ago.2020, Noite dos
Fachos em Machico
Martins Júnior
Do épico basalto da Descoberta, irrompe em cada agosto que passa, a identidade e a alma de ser machiquense. Que extraordinário poema!
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