POSTAIS DE VERÃO 5
Entrar e sair. Subir e descer.
Abrir e fechar.
Procurar e achar. Nascer e morrer.
Tão sinónimos quanto antónimos. Tão iguais e tão diferentes.
Há sempre uma porta que nos chama – e é a entrada. E há
sempre uma porta que espera por nós – e é a saída. Entrei no ventre da minha
mãe e dele saí para reentrar no túnel da vida e voltar a sair no arco redondo
com uma luz ao fundo.
Felizes os que procuram o túnel – solar ou lunar – e dele
saem quando querem ou quando sonham.
Mais importante, porém, que entrar e sair, abrir e fechar,
nascer ou morrer – mais importante, mais belo e feliz é fazê-lo A-gosto,
Com-gosto, Por-gosto e Para-gosto.
Em cada atalho, em cada muro, em cada mar, em cada corpo e
cada alma, hás-de encontrar a porta que te espera, o túnel que te abraça.
Entres como entrares – voluntário ou compulsivo – fabrica lá dentro a tua porta, afina-a, oleada e leve, nos gonzos de cada palavra e de cada gesto, para
quando saíres (porque um dia será o dia
e será a hora) possas sair Com-gosto e Por-Gosto teus e Para-gosto
do mundo em teu redor, aquele mesmo mundo que te abriu a porta.
E os nossos projectos?!... Sejam eles sonhados A-gosto,
iniciados Com-gosto, erguidos Por-gosto e concluídos Para-gosto
e gáudio de quem queira aceitá-los como porta de novo-aberta para o Futuro.
Tal como este altaneiro Luar do Mês Oitavo do Ano da Graça de Dois mil
e Vinte, porque entrou a-gosto em franco plenilúnio e hoje mesmo sai, também a-gosto, caravela iluminante, transportando
no seu bojo a anunciada lua-cheia de Setembro!
Cantando com Florbela:
“Que seja minha noite uma alvorada
Que me saiba perder para me encontrar”.
31.Ago-01.Set.20
Martins Júnior
Que leveza extraordinária ser-se o que se pensa e o que se escreve...Há mestres da nossa parcela natal Com-gosto e Por-gosto, serão sempre uma eternidade fatal nos tempos.
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