Fosse vivo Almeida Garrett e
reescrevesse as suas VIAGENS NA MINHA
TERRA, teria substituído Aquela aziaga sexta-feira, dia 13, pelo texto
enunciado em epígrafe: Aquele dia aziago, 11 de março.
O ‘viajante’ do Senso.&Consenso
é convidado a fixar em pano de fundo três vezes o 11 (onze) de Março da
nossa história recente. São eles todos iguais qualitativamente. E todos
diferentes quantitativamente.
Comecemos
a viagem.
11 DE MARÇO de 1975 – O PODER DAS ARMAS
Era
terça-feira.
O homem forte, general do exército
português, medalhado comandante das campanhas coloniais na Guiné e precursor
ideológico do “25 de Abril”, enquanto promotor da via diplomática contra a
decisão bélica – pois, esse mesmo, honra
e prestígio da Pátria e Primeiro Presidente de Portugal libertado – ele, o
próprio, general António de Spínola, convoca numa semi-clandestinidade oficiais
do exército e lança a Unidade de Paraquedistas de Tancos contra o RAL 1, de
Lisboa, onde estava o capitão Dinis de Almeida com os militares fiéis ao
espírito do “25 de Abril” de 1974. Passado menos de um ano, estava o Povo
Português à beira de uma guerra civil
sangrenta.
A ânsia do poder pelo
poder das armas!
Felizmente, fez-se a
reconciliação. Não por obra dos oficiais superiores, mas pela visão directa dos
subalternos e da intuição moderadora do jornalista da RTP em serviço, Adelino
Gomes. Militares ‘invasores’ de Tancos abraçam-se radiosos, até com lágrimas
nos olhos, aos militares ‘sitiados’ do RAL 1. O cabecilha da revolta abortada
foge, de helicóptero, para Espanha.
O dia aziago transformou-se
em dia de festa.
11 FEVEREIRO DE 2020 – O PODER ASSASSINO DO “COVID”
Abria-se a manhã e,
oficialmente em Portugal, logo nos assaltaram as garras do dragão chinês que
saltara a grande muralha e, cego de ira silencioso de armas, veio tragar milhares,
milhões de vítimas indefesas, sem olhar
a cor, estado, crença ou continente, desde o idoso em fim de marcha até à
criança de berço que vê a primeira luz do sol nascente. Malfadado dia 11 que
fez de todo o mundo um interminável corredor da morte diante dos nossos olhos
derrotados e impotentes.
Mas, de
outra face e outro olhar - auspicioso e feliz DIA 11 DE MARÇO DE 2020! Foi o abraço
de gerações, as verdadeiras nações unidas do planeta! Todos os cientistas e
todos os laboratórios de todos os continentes sentiram o clamoroso apelo da solidariedade global até encontrar a taumatúrgica
vacina, arma silenciosa que pela mão
humana derrotou a morte e restaurou a vida!
11 DE MARÇO DE 2025 – O PODER DO SUICIDA DENTRO DE CASA
E PROVOCADOR NA RUA
Foi
também uma terça-feira. Aziaga, diria Garrett. Fatídica, mortífera, suicida,
dizem os factos. Que viperina poção letal
têm as terças-feiras nascidas na capicua nº 11?!
O corpo de delito em três
lances:
1º - O governo AD, escasso
de corpo, débil de forças diante dos adversários, nunca se sentiu seguro no fio
onde caminhava. Era minoritário. E o trauma da insegurança veio logo à entrada:
a)
O Programa do Governo, na iminência de ser liminarmente rejeitado
pelo plenário da Assembleia da República, foi salvo pelo PS.
b)
O Orçamento do Estado, também à beira do colapso, foi reabilitado
pelo PS e aguentou o governo. Mais tarde, o partido da extrema-direita faz
cheque-mate com a arma fatal da
c)
Moção de Censura, pela qual o governo cairia. E, mais
uma vez, foi o PS que não o deixou bater no fundo do abismo. Mas a ameaça de
morte não ficou por aqui. Logo depois, pela margem esquerda vem o PCP e atira o
míssil balístico infalível, com uma repetida
d)
Moção de Censura, atiçando o plenário para mandar borda fora toda a equipa do governo. Bastava um simples clic. Mas,
pela quarta vez, o PS disse Não! Não
o deixou naufragar. Pelo PS, o governo fica. Tem carta branca para continuar a
governar.
2º - E quando se esperava
que o governo regozijasse de vitória e, porventura, esboçasse um gesto de congratulação
e até de gratidão ao PS, eis que ele surge na sua própria face, tocado pelo
síndrome do suicida compulsivo: “Matem.me, senão sou eu mesmo que vou montar a
forca para me matar”.
3º - Conhecendo desde o
início os propósitos do plenário, prepara a corda, dependura-a regimentalmente
em plena Assembleia Regional. A corda foi buscá-la dentro de casa – a Menção
de Confiança – e, pronto, vai ser hoje. ‘Hoje vão fazer-me a vontade’.
Dito e feito.
“O governo suicidou-se” –
afirmou peremptoriamente o historiador e analista Pacheco Pereira, ao comentar
na CNN/Portugal a capciosa armadilha da AD, porque excedentária (o
governo tinha tudo para governar) contraditória, numa palavra, suicidária.
A quem se há-de comparar
um tão abstruso contorcionismo psico-
-político da AD?... São
imensas as hipóteses. Deixo duas apenas: a do incendiário que decide pegar fogo
à sua própria casa e lança culpas ao vizinho que não veio apagar o incêndio. Ou
a do terrorista que escapou das duas
bombas que os adversários lhe puseram em
casa, mas agora é ele mesmo a colocar debaixo da mesa a bomba atómica, na mira
que o Seguro lhe faça uma suite.
Aqui, o Seguro é o Povo, milhões de
portugueses que o suicida provocador obriga a eleições desnecessárias. Saiba o
Seguro analisar e segurar-se.
Fatídica
terça-feira, 11 de Março! Oxalá acabe em bem e a bem do grande Segurador – o Povo
Português!
11-15.Mar.25
Martins
Júnior
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