sexta-feira, 14 de março de 2025

AQUELA FATÍDICA TERÇA-FEIRA, DIA 11: O GOLPE, O ASSASSINO E O SUICIDA-PROVOCADOR

                                                                         


Fosse vivo Almeida Garrett e reescrevesse as suas  VIAGENS NA MINHA TERRA, teria substituído Aquela aziaga sexta-feira, dia 13, pelo texto enunciado em epígrafe: Aquele dia aziago, 11 de março.

O ‘viajante’ do Senso.&Consenso é convidado a fixar em pano de fundo três vezes o 11 (onze) de Março da nossa história recente. São eles todos iguais qualitativamente. E todos diferentes quantitativamente.  

          Comecemos a viagem.

          11 DE MARÇO de 1975 – O PODER DAS ARMAS  

          Era terça-feira.

          O homem forte, general do exército português, medalhado comandante das campanhas coloniais na Guiné e precursor ideológico do “25 de Abril”, enquanto promotor da via diplomática contra a decisão  bélica – pois, esse mesmo, honra e prestígio da Pátria e Primeiro Presidente de Portugal libertado – ele, o próprio, general António de Spínola, convoca numa semi-clandestinidade oficiais do exército e lança a Unidade de Paraquedistas de Tancos contra o RAL 1, de Lisboa, onde estava o capitão Dinis de Almeida com os militares fiéis ao espírito do “25 de Abril” de 1974. Passado menos de um ano, estava o Povo Português à  beira de uma guerra civil sangrenta.  

A ânsia do poder pelo poder das armas!

Felizmente, fez-se a reconciliação. Não por obra dos oficiais superiores, mas pela visão directa dos subalternos e da intuição moderadora do jornalista da RTP em serviço, Adelino Gomes. Militares ‘invasores’ de Tancos abraçam-se radiosos, até com lágrimas nos olhos, aos militares ‘sitiados’ do RAL 1. O cabecilha da revolta abortada foge, de helicóptero, para Espanha.

O dia aziago transformou-se em dia de festa.

11 FEVEREIRO DE 2020 – O PODER ASSASSINO DO “COVID”                      


Abria-se a manhã e, oficialmente em Portugal, logo nos assaltaram as garras do dragão chinês que saltara a grande muralha e, cego de ira silencioso de armas, veio tragar milhares, milhões de vítimas   indefesas, sem olhar a cor, estado, crença ou continente, desde o idoso em fim de marcha até à criança de berço que vê a primeira luz do sol nascente. Malfadado dia 11 que fez de todo o mundo um interminável corredor da morte diante dos nossos olhos derrotados e  impotentes.

  Mas, de outra face e outro olhar - auspicioso e feliz DIA 11 DE MARÇO DE 2020! Foi o abraço de gerações, as verdadeiras nações unidas do planeta! Todos os cientistas e todos os laboratórios de todos os continentes sentiram o clamoroso apelo  da solidariedade global até encontrar a taumatúrgica vacina, arma silenciosa  que pela mão humana      derrotou a morte e restaurou a vida!

          11 DE MARÇO DE  2025 – O PODER DO SUICIDA DENTRO DE CASA E PROVOCADOR NA RUA

                                     


          Foi também uma terça-feira. Aziaga, diria Garrett. Fatídica, mortífera, suicida, dizem os factos.  Que viperina poção letal têm as terças-feiras nascidas na capicua nº 11?!  

O corpo de delito em três lances:

1º - O governo AD, escasso de corpo, débil de forças diante dos adversários, nunca se sentiu seguro no fio onde caminhava. Era minoritário. E o trauma da insegurança veio logo à entrada:

a)   O Programa do Governo, na iminência de ser liminarmente rejeitado pelo plenário da Assembleia da República, foi salvo pelo PS.  

b)   O Orçamento do Estado, também à beira do colapso, foi reabilitado pelo PS e aguentou o governo. Mais tarde, o partido da extrema-direita faz cheque-mate  com a arma fatal da

c)    Moção de Censura, pela qual o governo cairia.  E, mais uma vez, foi o PS que não o deixou bater no fundo do abismo. Mas a ameaça de morte não ficou por aqui. Logo depois, pela margem esquerda vem o PCP e atira o míssil balístico infalível, com uma repetida

d)   Moção de Censura, atiçando o plenário para mandar borda fora toda a equipa  do governo. Bastava um simples clic. Mas, pela quarta vez, o PS disse  Não! Não o deixou naufragar. Pelo PS, o governo fica. Tem carta branca para continuar a governar.

 

2º - E quando se esperava que o governo regozijasse de vitória e, porventura, esboçasse um gesto de congratulação e até de gratidão ao PS, eis que ele surge na sua própria face, tocado pelo síndrome do suicida compulsivo: “Matem.me, senão sou eu mesmo que vou montar a forca para me matar”.

3º - Conhecendo desde o início os propósitos do plenário, prepara a corda, dependura-a regimentalmente em plena Assembleia Regional. A corda foi buscá-la dentro de casa – a Menção de Confiança – e, pronto, vai ser hoje. ‘Hoje vão fazer-me a vontade’.

Dito e feito.

“O governo suicidou-se” – afirmou peremptoriamente o historiador e analista Pacheco Pereira, ao comentar na CNN/Portugal a capciosa armadilha da AD, porque excedentária (o governo tinha tudo para governar) contraditória, numa palavra, suicidária.

A quem se há-de comparar um tão abstruso contorcionismo psico-

-político da AD?... São imensas as hipóteses. Deixo duas apenas: a do incendiário que decide pegar fogo à sua própria casa e lança culpas ao vizinho que não veio apagar o incêndio. Ou a do terrorista  que escapou das duas bombas que  os adversários lhe puseram em casa, mas agora é ele mesmo a colocar debaixo da mesa a bomba atómica, na mira que o Seguro lhe faça uma suite.

          Aqui, o Seguro é o Povo, milhões de portugueses que o suicida provocador  obriga a eleições desnecessárias. Saiba o Seguro analisar e segurar-se.

          Fatídica terça-feira, 11 de Março! Oxalá acabe em bem e a bem do grande Segurador – o Povo Português!

         

          11-15.Mar.25

          Martins Júnior

         

 

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