quarta-feira, 29 de junho de 2022

VARIAÇÕES ATÍPICAS EM CIMA DE SÃO PEDRO

                                                                             


         Não é por fuga aos ‘Arenas’ de topo mundial que me refugio na pequena toca de Pedro, o Pescador. Abandono hoje as empolgantes paradas da NATO e os mergulhos fulminantes da Conferência Internacional dos Mares que enchem os tabloides das emoções gregárias. Optei pelo senso comum dos calendários para ficar sentado ao lado do São Pedro, no seu dia aniversário.

         Pus-me a olhar os seus semblantes – há um ror deles por tudo quanto é canto – e fiquei-me em três silhuetas mais contrastantes, que passo a partilhar amistosamente com quem costuma acompanhar-me.

O primeiro é o São Pedro dos arraiais, das marchas e das espetadas, do vinho e da carne da vinha d’alhos. Foguetes, umas novenas-sangrias em honra mais de Baco que de Pedro, sardinhas serôdias, chouriços e tudo o mais – tudo em louvor do Santo da Galileia.

O segundo é o de Saint Petersburg, fundada em 1703 por Pedro, o Grande Czar inspirador do Império Russo. Ninguém maior que ele, inclusive o do seu Santo, Orago da cidade capital. Em um acto de expiação vestiu-se de foice e martelo e passou a chamar-se Leningrado, sol de pouca dura, porque voltou ao cordão umbilical da czarina e recuperou o apelido inicial de Saint Petersburg, desconhecendo-se se é provisório ou definitivo.

O terceiro desta série – e o maior até agora – é o São Pedro do Vaticano, em Roma, cujos aposentos rivalizam com todo os ‘capitólios’ monárquicos imperiais das grandes nações. Ao contrário do Pedro Czar, que sucumbiu, o Pedro Romano foi o único que conseguiu sobreviver aos tempos e contratempos de 20 séculos ininterruptos. Atravessou, entre soluços e sangue, 300 anos de perseguição feroz, depois passou de perseguido a perseguidor, ergueu tronos e palácios, arvorou-se em Estado, instalou poderes sacro-políticos em todo o mundo pelos diplomatas, núncios da Santa Sé, criou um novo império monopolista e centralizador, como nenhum outro monarca conseguira.

Desafio quem me lê a sinalizar semelhanças e diferenças entre os três módulos petrinos e qual deles se aproxima do original. Se o Pedro das barracas de comes-e-bebes, se o Pedro Czar Imperialista Russo, se o Pedro Vaticanista, Auto-proclamado Sucessor do Apóstolo?!

         Falta, porém, apresentar o original: o homem do mar, pobre, ancorado no Lago de Tiberíades, sincero, generoso, capaz de dar a vida pelo Mestre mas, no mesmo corpo, capaz de negá-lo, com medo de ser apanhado pelos judeus naquela noite de Quinta para Sexta-feira. Frágil, como qualquer um de nós. Apesar de tudo, líder de um grupo de doze homens (menos um) que deixaram tudo para seguir incondicionalmente um seu conterrâneo que nada tinha para lhes remunerar, nem sequer “uma pedra onde reclinar a cabeça”.

         Ó Pedro, Pedro – o que fizeram de ti?!...

Quantas fotocópias passadas, repassadas, caiadas, rebocadas! E outras, as falsificadas: com tiaras de Ofir, caldas de ouro reluzente a escorrer da cabeça aos pés, saias escarlatinas que ao longo de séculos esconderam Magnatas do dinheiro e ‘Borgia’s incestuosos!... E todos Sucessores teus!!!

Ai, Pedro Pescador do Mar da Galileia, espera por mim mais um pouco. Deixa-me entrar na tua canoa, mesmo afrontando nortadas e vendavais, sempre é mais pura e segura que as sumptuosas instituições que o mundo ergueu em cima do teu cadáver!

 

29.Jun.22

Martins Júnior

segunda-feira, 27 de junho de 2022

“OH TÁLASSA, OH TÁLASSA” !!! – “PARA QUE SEJAS SEMPRE NOSSO, OH MAR !!!

                                                                                     


 

Ecoa ainda nos umbrais dos tempos o grito helénico, de espanto e euforia, diante do mar – Oh Tálassa, Oh Tálassa – entronizada a deusa emersa do Mar Mediterrâneo!

A mesma exaltação quase mítica parece invadir o planeta e dinamizar os humanos à procura do Mar, muito antes navegado. Prova-o a  que hoje se inicia em Lisboa. Dir-se-ia que é um outro mar – um mar de gente – a tomar conta do vasto Oceano: 7000 personalidades, 142 países, 17 chefes de Estado, 11 chefes de Governo, 113 ministros, 38 agências especializadas, 1178 organizações não-governamentais, 410 empresas, 154 universidades,  cientistas, observadores, jornalistas. No topo da grande pirâmide, o Secretário Geral da ONU, António Guterres. Comparado a outros magnos acontecimentos simultâneos, com chancela mundial,  desde a reunião dos G7 ao poderoso simpósio da NATO, esta Cimeira do Mar será talvez o fenómeno mais puro, mais ambicioso e mais determinativo em termos do futuro da humanidade inquilina das terras e dos mares.

Se a todo o português deveria ser motivo de curiosidade e preocupação, a um ilhéu – nado e criado neste Atlântico, berço azul líquido da Ilha – deveria sê-lo muito mais. Olhar o mar, interrogá-lo, ouvi-lo, desejá-lo, amá-lo e respeitá-lo! Por todos estes pressupostos lógicos, não poderia eu ficar indiferente a tão eloquente alarme ocorrido no nosso país.

É de um verdadeiro alarme que se trata. Antes que os ‘piratas da Terra’ se voltem para o Mar para raptá-lo e secá-lo na delapidação dos seus fundos, impõe-se uma reflexão séria para não deixar sair das docas as corvetas dos novos corsários, interessados apenas no lucro fácil.

Tem sido essa a preocupação dos oceanógrafos, dos estrategas do progresso e de muitos políticos preocupados com os ecossistemas planetários. Recordo-me da Conferência Internacional sobre os Oceanos  realizada na capital portuguesa em 1994, na qual tive a honra de participar,  a convite do então Presidente da República, Dr. Mário Soares. Ainda persistem dentro de mim os apelos feitos por -  e para - altos responsáveis do mundo que ali se encontravam. Alma dinamizadora deste encontro histórico foi o Dr. Mário Ruivo, personalidade ímpar como cientista, antropólogo, investigador, líder pragmático em missões da ONU e da UNESCU, cujos trabalhos e propostas estarão sobre a mesa deste congresso, durante os cinco dias da sua realização. A  gravura em epígrafe traduz um dos momentos marcantes do Encontro, com Mário Soares e Mário Ruivo, lado-a-lado.

Evoco propositadamente a Conferência Internacional de 1994 para assinalar a inércia e, mais grave, a indiferença dos magnatas mundiais (e dos aprendizes regionais e locais) da finança e da governança face às conclusões então aprovadas. Neste elenco deprimível e deprimido, estamos também nós, madeirenses, ao permitirmos que se tenha feito do nosso litoral um vazador de terras ‘oficiais’, descargas de betão desnecessário e poluidor, a pretexto da engenhosa rubrica obras públicas e consequente destruição da fauna e flora costeiras, interdição de acesso às praias livres que antes pertenciam a toda a população.

Para que ao imenso mundo oceânico possamos continuar a chamar o glorioso Mare Nostrum, façamos a nossa parte, fiquemos atentos à generosa enciclopédia dos mares que a presente Cimeira nos traz a esta estância “onde a terra acaba e o mar começa” – e, por consequência territorial, também   a esta rugosa Ninfa do Atlântico, a Ilha dos Amores, “que do muito arvoredo assim se chama”.

Depende de nós que a almejada “Economia Azul” não torne  mais negro o mar que nos rodeia e nos ondeia!

 

27.Jun.22

Martins Júnior

 

sábado, 25 de junho de 2022

UMA REPORTAGEM DE HÁ VINTE SÉCULOS

                                                                


Eles foram em bando à cidade alheia preparar tudo para a entrada do líder, que ali chegaria, de passagem para a capital do reino. Eles eram uma espécie de militantes operacionais idênticos aos que nos partidos ou religiões encarregam-se das questões logísticas afim de que o evento resulte em sucesso. Mas levaram uma nega, uma grande nega. O povo não quis recebê-los – nem a eles, muito menos ao líder. Voltaram derrotados à sede do movimento nascente e, perante o líder carismático, não esconderam a indignação, a raiva canina que traziam no peito. E atiraram a matar: “Mestre, vamos lá sem demora, já,  pegar lume a essa cidade e a toda essa gente”!

         O resto da reportagem vem no capítulo do LIVRO de Lucas, 9, 51-62.

         Mas esta é a reportagem de todos os tempos e de todos os lugares em litígio. À moda antiga, à flor da pele, mesmo a mais empedernida: ‘Olho por olho, dente por dente”. Nas famílias, nas ruas, nas fronteiras, nos impérios, nos parlamentos, nos conflitos rácicos, nas religiões, mesmo que escondam as escaramuças menores, aí estão as fogueiras e as torturas da ‘Santa Inquisição’ que não deixam dúvidas. É o grande dilema das guerras actuais: armamento contra armamento – ou rendição ao furibundo terror do mais forte?...

         Sendo certo que o dilema, só por sê-lo, desemboca em múltiplas soluções, mesmo as mais contraditórias, o Mestre Nazareno, o Líder dos Doze, ‘chumbou’ a proposta vindicativa e, como de outras vezes, optou pela tolerância. E mais: propôs o seu testemunho existencial, anunciando os trâmites da sua luta até ao assassinato na cruz. Advertiu, também, que quem quisesse ser seu militante, tinha de fazer a opção pela exigência total e doação inteira à sua causa. Sem ‘negociar’, sem tergiversar.

         A vida e a história estão cheias destes paradoxos:

QUANTO MAIS TRANSIGENTE CONSIGO PRÓPRIO, MAIS INTRANSIGENTE COM OS OUTROS.

QUANTO MAIS EXIGENTE CONSIGO PRÓPRIO, MAIS TOLERANTE COM OS OUTROS.    

A tolerância é o fruto amadurecido de uma análise corajosa da psicologia humana. Das sociedades, das famílias, de todos os agregados populacionais. E para alcança-la, é longo e pedregoso o caminho.

 

         25.Jun.22

Martins Júnior  

quinta-feira, 23 de junho de 2022

SÃO JOÃO, QUE NÃO EXISTES !?...

              Véspera e dia de São João, meti-me ilha adentro e achei estas quadras que peço licença para juntar aos mananciais sem fim das quadras populares que o Inspirado Poeta-Povo tem dedicado a esse Grande Desconhecido, São João, o Baptista.

 

                                       



Para ver o São João

Fui do campo até à cidade

E pedi a toda a gente

Que me falasse a verdade

 

Vi marchas e vi folias

Balões a perder de vista

Mas no fim de tanto andar

Nem sombra vi do Baptista

 

Disseram que o São João

Morava ao cimo da rampa

Mas o que lá encontrei

Bacias com água lampa

 

Eram sortes e lembretes

Ovos n’água e bruxedos

Gente cantava com sorte

Outros transiam de medos

 

Ó meu rico São João

Quem te viu e quem te vê

O que fizeram de ti

Sabes dizer-me o porquê?

 

O mundo cortou-te a voz

Herodes cortou-te a cabeça

Não penses voltar aqui

Ninguém há que te conheça

 

Corajoso Precursor

Anunciaste o Messias

Não és mais que um robô

Nas feiras e romarias

 

Ainda ninguém te disse

Isto já não é como dantes

Pra medir  a tua festa

Bastam os comerciantes

 

E os mordomos soberanos

Andando as ruas da Sé

Ocuparam  os teus altares

Todos de fraque e libré

 

João do Rio Jordão

Mostra-nos que ainda podes

Derrubar a falsidade

Dos Caifás e dos Herodes

 

E não tragas água lampa

Nem louro nem alecrim

Traz o bordão de Moisés

Põe em sentido o Putin

 

Sonho com a tua cabeça

Gritante numa bandeja

O mundo precisa dela

Mais precisa a tua Igreja

 

Essa voz brava sem medo

Vem trazê-la ao nosso ouvido

Pra que o magno São João

Não seja um Desconhecido.

 

23.Jun.22

Martins Júnior

terça-feira, 21 de junho de 2022

O “PECADO” MAIOR: O CRIME DA CASTRAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA !

                                                                    


    Por onde quer que lhe pegue, cheira a imundície, sabe a esterco, repugna ao mais comum de todos os mortais. É isso: o açambarcamento da personalidade, o amordaçar do espírito, a castração da dignidade de alguém!

      “Vimos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”!

Mesmo do pouco que vimos, do pouco que ouvimos e do quase nada que lemos – porque quase tudo foi ‘superiormente’ escondido e maquiavelicamente ‘calado’ – não há outra forma de reagir senão com um grito de revolta tão ensurdecedor como o silêncio ‘superiormente’ imposto.

No Journal d’un curée de champagne. George Bernanos traça o perfil de uma das suas personagens nestes termos: “Ela era como o sol nascente, aquela luz clara e suave, onde se projectava imediatamente o negrume das montanhas, a fealdade das pessoas ruins”.

Foi o que se passou- Um jovem escritor, poeta e romancista deu à estampa o seu Livro de Todos os Pecados, um inspirado feixe de poemas, revelador de um talento literário já comprovado,que até a  Câmara Municipal do Funchal convidou o seu Autor a apresentá-lo na Feira do Livro/22, recentemente ocorrida na capital madeirense. Tudo a postos para o dia previamente marcado, ‘eis se não quando’ (até parece uma fábula medieval) vê-se o Poeta confrontado com ‘ordens superiores’ que impediam terminantemente a presença em palco dos moderadores/apresentadores escolhidos pelo Autor. Tal como o “Operário em Construção” de Vinícius de Morais, o nosso Poeta disse “Não”! E manteve.

Na beleza poética do cenário em fundo, reflectiu-se a fealdade, desenhou-se a degradante imagem de uma Madeira, viçosa e bela na aparência, mas imunda e podre nas mãos de  certos manipuladores seus!

         Fosse noutra cidade ou noutro continente, este escândalo em pleno Século XXI, quase meio século do “25 de Abril”, teria foros de primeira página, tal o cinismo rasteiro de alguém que tem o desplante saloio de manietar as mãos, os braços e a boca de quem convida a sentar-se à sua mesa. Aos decanos e ‘troianos’ cá do sítio nem uma linha de comentário editorial mereceu este atentado à dignidade humana, um crime de lesa-liberdade de expressão. É esta a liberdade de imprensa made in Madeira! É assim que gira sobre molas a opinião pública e publicada nesta república dependurada em cacho…

         Ninguém pense que este é um episódio de somenos importância. Desengane-se: é por artimanhas destas que faz chão a arrogância mais opressiva. Atenção: Quase sempre é pelo buraco ‘calado’ da fechadura que entra em casa a ditadura. Estejamos vigilantes! 

A propagandeada Feira do Livro levou uma machadada perpetrada pelos seus próprios responsáveis. De ‘feira livre do livro’ passou a feira de vaidade e repressão. É-nos permitido até duvidar da autenticidade das restantes obras e autores convidados. Ter-se-á passado algo de idêntico com eles?... Está aberta a suspeição.

         Com Alves dos Santos, o Autor d’O Nome de Todos os Pecados,  Não!

         Actualmente a residir no estrangeiro, teve a coragem de impor-se perante os aprendizes de ditadores, levou o seu livro aos palcos da Feira com os moderadores/apresentadores, seus convidados. E – ousadia suprema! – teve a hombridade de denunciar publicamente o que lhe fizeram. Um gesto que, na sua maioria, os madeirenses não têm, subjugados que estão ainda aos senhorios do poder, como outrora estavam os pobres caseiros em tempos da colonia. A Alves dos Santos bem poderia Sá de Miranda dedicar, lá dos confins do Renascimento Quinhentista, aquela belíssima definição:

                            De um só rosto e de uma só fé

De antes quebrar que torcer

Outra coisa pode ser

Homem da corte não é.

 

E se me permite Alves dos Santos, conterrâneo de gema, herdeiro do nosso patrono desde o século XVIII, Francisco Álvares de Nóbrega, O Nosso Camões, (como também lhe chamavam) algemado na mesma cela de Barbosa du Bocage nos cárceres da Inquisição, se mo permite aceite a minha homenagem e a minha gratidão pelo caráter íntegro e pela tenacidade inquebrável, modelo e caminho para todos nós !!!

 

21.Jun.22

Martins Júnior     

domingo, 19 de junho de 2022

A CONSTITUIÇÃO UNIVERSAL QUE FALTA CUMPRIR E O ÚNICO ANTÍDOTO QUE CURA O MUNDO!

                                                                              


É trégua e luta, é guerra e paz, é luz e sombra o que se nos mostra nesta transição entre uma semana e outra. Valeu a pena cumprir o ensejo de revisitar o LIVRO nesta curva de caminho. Porque nele se levanta o mais veemente grito revolucionário em apenas duas linhas de texto. Mais decisivo que as eleições francesas, mais estratégico que a guerra na Ucrânia e mais eficaz que todas as prédicas e votos pios emanados das cúpulas confessionais.

Duas linhas – insisto – projectam rios  da mais retumbante claridade sobre o mundo de ontem, de hoje e de amanhã. Duas linhas apenas calam as armas e reacendem lutas antigas, inundam de festa os casebres sombrios e fecham os umbrais dos bacanais onde se bebe em taças de cristal o sangue dos oprimidos.

Aí estão:

“Doravante não haverá mais diferença entre  judeu e grego, escravo e cidadão livre, nem mesmo entre homem e mulher”.  (Gálatas, cap.3).

Antes e em vez de pulverizar em comentários de circunstância o empoderamento transfigurador desta proclamação de Paulo, fixemo-nos nos três vectores – princípios, códigos, normas imperativas – que nos propõe o Apóstolo das Gentes: vencer todas as formas de racismo, abolir a escravatura, venha de onde vier, instaurar definitivamente o regime que estabeleça a igualdade de direitos e deveres na capciosa e perturbadora questão de género.

São estes os focos de todas as guerras e são estes os paióis satânicos onde se fabricam e armazenam todos as armas. Desde as grandes potências internacionais até aos subterrâneos mais esconsos da actividade humana, inclusive a violência doméstica!

Muito antes das revoltas sociais que resultaram na destruição de regimes imperialistas; muito antes da Revolução Francesa, promotora dos ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade; muito antes de todos os ‘Abris’ de todo o mundo - muito antes, já o Nazareno e seus sequazes apregoaram um reino novo, onde todos teriam o seu lugar amado e respeitado.

Caberia aqui fazer o paralelo entre o texto e os factos, a realidade de hoje. Deixo-o, porém, ao vosso critério, porque é esse o vosso contributo para que estes escritos cumpram o seu único desígnio.

Apenas o desabafo de Maatma Gandhi: “Adoro Cristo, mas odeio os cristãos”, aqui incluindo a própria Instituição.

“Falta cumprir Portugal” – é a constatação e denúncia de poetas e visionários lusos, ao longo da nossa história. Muito sucintamente, mas com muito por reflectir e clamar: “Falta cumprir o Cristianismo”. Sobretudo neste tríplice projecto revolucionário e pacificador!

  

19.Jun.22

Martins Júnior

sexta-feira, 17 de junho de 2022

SÓ LHE FALTA UM …

                                                                     


Porque todas as noites me persegue o nome daquele pecado - o maior e o mais assassino – que se oculta nas 258 páginas deste Livro-Livre, guardá-lo-ei ciosamente até que me passe esta vaga de tédio e masoquismo, para poder  revelá-lo. Em breve.

E tal como aos cavernosos abismos correspondem as mais luminosas altitudes, assim brilhará o contraste da mais alta virtude que a um Homem assiste !

Todos os louros ao Poeta da Liberdade !

 

17.Jun.22

Martins Júnior  

quarta-feira, 15 de junho de 2022

ALGO DE NOVO ESTÁ HOJE PROMETIDO!

                                                                                


Passando o diâmetro que separa a trajectória dos dias, está tudo orquestrado para dar ao mundo o almejado concerto de um nova sinfonia, um novo ritmo à vida e à história. Ao mundo todo, à Madeira e, sobretudo à milenar instituição que dá pelo pomposo nome de Igreja Católica, Apostólica, Romana.

         Trata-se de responder ao convite formal do Papa Francisco aos cristãos de todas as dioceses do mundo para apresentarem propostas escritas com vista à renovação e/ou redescoberta mensagem do Evangelho, conformando com ele a vetusta e caduca instituição romana.

A apresentação pública das conclusões está marcada para amanhã, Dia do  Corpus Christi, pelas 15 horas na igreja do Colégio, Funchal. Não obstante a impropriedade da data (dia  já preenchido com um ritual maior, o que manifestamente tira o pódio e a atenção devidas a tão grande causa) lá estarei e vivamente recomendo.

Jorge Bergoglio, com este apelo, abriu a era da SINODALIDADE, que significa o acto de caminharmos juntos, ao lado uns dos outros. No caso em apreço, traduz o anseio do Pontífice global para trazer ao redil da Igreja todos os crentes, incutindo-lhes o estímulo da corresponsabilização no que concerne à orgânica dela própria e à correcta condução dos cristãos. Tarefa demasiado pesada e não menos revolucionária para um Homem Só!

Sublinho “Um Homem Só”! Porque já ninguém duvida, por um lado, da frontalidade deste Homem e, de outro, do incurável vírus imobilista da corte vaticana, os cardeais,  que, com o esquadrão de muitos, abundantíssimos bispos, arremetem-se como poderosa muralha contra a renovação/redescoberta da verdadeira face do Nazareno nos tempos que correm.  No entanto, fica de pé o grito do octogenário para a reconquista dos verdadeiros valores do Cristianismo!

E deixo este voto: que sejam respeitadas  integralmente as propostas apresentadas e, se possível, assinalar qual o seu número. Para não sair desiludido da sessão  da igreja do Colégio, desde já partilho a minha objectiva sobre este magno acontecimento: Não devem os brasonados ou mitrados eclesiásticos alimentar a ambição de trazer prosélitos, ‘cristãos novos’ para dentro da Igreja. Antes deve a Igreja despir-se dos seus ouropéis e rasgar caminho ao encontro dos viageiros que não conhecem outro templo e outra estação senão a rua, a fábrica, a escola, a oficina, a terra e o mar. Mais que os ofícios, novenas e pagelas pias, o que faz falta é fermentar na vida dos homens e mulheres de hoje os férteis valores humano-cristãos.

É isto e só isto que pretende o heróico criador desta maratona chamada SINODALIDADE:’ Uma Igreja em saída’! (Papa Francisco)´

 

15.Jun.22

Martins Júnior

segunda-feira, 13 de junho de 2022

ENTRE TANTAS, MAIS UMA PANDEMIA – O EVANGELISMO?!...

 

                                                                     


É sempre o mesmo movimento que se repete nas grandes (e pequenas) encruzilhadas da História: o frenesim dos homens e dos astros, os sobressaltos sísmicos e as emboscadas furtivas – silenciosas mas fatais – dos vírus invisíveis põem do avesso esta Casa Comum, único habitat da nossa felicidade. No meio desta agitação cósmica, são os inquilinos da Casa que se autodestroem antes e mais que os próprios alicerces do planeta.

Ao observador atento, perante o desmoronar da personalidade e da autoestima sob o império dos medos-fantasmas, surge em grande plano o elixir mágico da religião com única boia de salvação. Então é vê-los, os crentes (e não crentes) agarrados a um magro barrote que encontram nas mercearias de promessas de cera estearina. É vê-los correr às bancas de bruxos, curandeiros e quiromantes em busca de um escudo invisível que não passa de um fogo fátuo que nem alumia nem aquece. Mas o meio ‘ecológico’ mais fértil e manipulador para tais panaceias são as igrejas.

Devo confessar que sempre me incomodaram as corridas às velas, aos mitos, às superstições quanto as corridas ao armamento, estas embora mortíferas no instante, mas aquelas tanto ou  mais destrutivas a longo prazo, pelo vírus da decadência da personalidade e da cedência a (des)valores depauperantes e deprimentes que deixam o ser humano sem defesa perante as manobras de feirantes da fé e prestidigitadores sem escrúpulos.

Vêm estas linhas a propósito de uma excelente crónica do “Courrier International”, cuja capa não engana: “Os evangélicos tomam o poder” . o subtítulo esclarece: “Nos Estados Unidos e no Brasil estas religiões cristãs colocam-se ao serviço de candidatos conservadores e nacionalistas”.

Merece atenção o estudo, onde os autores detectam em flagrante a degradação das instituições, o descrédito da figura de Jesus, a baixeza e as contradições da fé enviesada, blasfema, no limite.

A título de exemplo, numa assembleia de apoio a Donald Trump, proclamava-se solenemente esta oração: “Pai Nosso que estais nos Céus, nós acreditamos firmemente que Donald Trump é o único e verdadeiro presidente dos Estados Unidos”. Por seu lado, o sociólogo Matheus Alexandre não hesita em afirmar: “No Brasil, as grandes igrejas evangélicas partilham as convicções do conservadorismo, do neoliberalismo e do autoritarismo”.  Nayara Felizardo concretiza: ”Em menos de cinco anos, a corrente evangélica conquistou quase metade da população de Guaribas e Jair Bolsonaro conta seguramente com esta religião como instrumento para convencer os brasileiros à sua reeleição”.

Caso sério este! Casos sérios estes! Fazem-nos focalizar com mais serenidade e firmeza a paisagem do nosso país, da nossa região, da nossa aldeia. Ao serviço de quem tem estado a Igreja institucional  – oficial, nacional, regional, local – e que valores defende ou estará a instituição disposta a dar a vida por tais valores?...

É tema de todos os dias e ao qual teremos sempre de regressar.

 

13.Jun.22

Martins Júnior   

 

sábado, 11 de junho de 2022

TRIBUNO DA PLEBE E MESTRE DA ARRAIA-MIUDA

                                                                              


Tivera eu o verve inspirador e a grandiloquência retórica de Tibério Graco e seu irmão Caio Graco, século V a.C., e ergueria a voz sonora e grave para tecer os maiores encómios ao “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades” que ontem inundou de glória e autoestima os cantos e recantos da Lusa Pátria.

Por mais garrido e tonitruante que tenha sido o espectáculo, de tudo, tudo o que aconteceu,  o que ficou na retina e na alma foi o “Povo Português” garbosamente exaltado pelo Supremo Magistrado da Nação. Por palavras suas, deambulámos sete séculos da nossa nacionalidade e vimos na Braccara Augusta o “Mestre de Avis” colocando nas ameias do castelo vitorioso de Lisboa de 1833 a “Arraia-Miuda”, sem a qual nunca Portugal reconquistaria a soberania ameaçada.

Mas não ficou por aí a memória de um passado que a História se encarrega de repetir. Andei mais longe, percorri mais dezoito séculos em direcção à República da Roma Antiga e pareceu-me ouvir os irmãos Graco, os dois mais inflamados Tribunos da Plebe, arvorando com bravura os direitos do povo face os abusos dos ‘Patrícios’.

Exaltar o Povo Português, os cabouqueiros anónimos desta imensa urbe renascida e multiplicada por todo o planeta – eis a engenhosa quanto talentosa bússola que guiou Marcelo Rebelo de Sousa neste revolto mar contemporâneo, em que se estilhaçam obuses, liberalismos, híper- nacionalismos, supremacismos megalómanos, enfim, um marulhar ensurdecedor onde ninguém se entende – e todos sob a bandeira do passado e repassado patriotismo de bandeira.

“Onde a terra se acaba e o mar começa” – assim falou Camões. E foi assim que vi e interpretei os dois discursos do Dia.

Jorge Miranda  - a terra firme – Homem do Direito, ‘Pai da Constituição’, mapeou a nossa história, as virtudes e os defeitos, não se coibindo (com rara frontalidade) de denunciar os atentados à Língua Portuguesa na comunicação social e afins. Logo a seguir, a vastidão do oceano em ondas aladas, clangorosas, Marcelo Rebelo de Sousa, alcandorando até às constelações estelares “o corpo, a alma e a saudade” de que se fez o Povo de Portugal, culminando com o estandarte maior do seu tronco centenar: “Sem a Arraia-Miuda, não seria hoje o que é Portugal”.

Duas notas apenas de alguma dissonância. Exaltou-se o Povo, no discurso  relevaram-se os ‘Plebeus’, mas na tribuna só lá estavam os ‘Patrícios’. Para serem inteiras as palavras, deveriam lá estar também os representantes do Povo, o sindicalismo, o operariado, o campesinato, os marítimos, as mulheres trabalhadoras. A outra nota: embora em tempo de guerra e mesmo que se tenha dito que ‘um povo em armas procura a paz’, era dispensável tanta ostentação de material bélico e tanta farda para canhão. Longe de nós rivalizar com a barbárie russa ou a obesidade disforme das paradas norte-coreanas.

Em síntese: porque sou português de Machico, também foi para mim o Dia de Portugal. Por isso, aqui deixo as minhas saudações mais calorosas pela amplitude das mensagens proferidas, lamentando que daqui da ilha, as pudicas vestais da política regional se tenham coçado com os pruridos imaginários de um convite que não sabem onde o puseram…

E um VOTO: Que sejam os governantes verdadeiros Tribunos da Plebe e nunca fechem os ouvidos aos apelos da “Arraia-Miuda”.

Só assim é que seremos Portugal !!!

 

11.Jun.22

Martins Júnior       

quinta-feira, 9 de junho de 2022

ESCLARECENDO UM “VOTO DE CONGRATULAÇÃO”

 


 

A cada dia – seja qual o da semana, do mês ou do ano – se lhe pode chamar o dia de amanhã. Pois, passada uma semana e em virtude da ocorrência de temas incontornáveis, venho hoje cumprir o ‘amanhã’ prometido, isto é, o meu comentário ao VOTO DE CONGRATULAÇÃO, aprovado pela Assembleia Municipal em 2019 e entregue presencialmente na sessão solene do Dia do Concelho, em 8 de Maio de 2022, cujo conteúdo tem a ver com o levantamento da suspensão a divinis decretada, sem processo jurídico-canónico, pelo bispo Francisco Santana em 1977, há 45 anos, portanto.

Eis, em síntese, a apreciação que então formulei na referida sessão:

O VOTO (que registo mais que agradeço) recebi-o, porque o seu destinatário não é outro senão o Povo da Ribeira Seca. Recebi-o, também por outro fundamento: porque ele encerra, em contra-luz, a lição que ciclicamente a História nos entrega,

Quem ler este VOTO não terá necessidade de recorrer ao século XVI, quando, no Reino Unido, Henrique VIII rompeu com o Vaticano e tornou-se o Chefe fundador do anglicanismo, com poder utendi et abutendi sobre a religião de Estado, o protestantismo. Tudo por a questão de Ana de Bolena, amante do Rei.

Quem ler este VOTO  não precisará também de conhecer o poder soberaníssimo de Louis XIV, Le Roi Soleil, sobre toda a hierarquia eclesiástica em França, na denominada e acerrimamente disputada ‘questão   galicana’.

Quem ler este VOTO ficará dispensado de investigar o contrassenso da Igreja da China, a qual, apropriando-se da nomenclatura cristã, quem lá põe e dispõe sobre bispos e padres é o grande líder Xi-Jinping, às ordens do Partido Comunista Chinês, situação anómala que tanto afli

Quem ler este VOTO poderá seguramente prescindir da leitura do período fascista-salazarista em Portugal, essa união incestuosa entre dois poderes, o religioso e o político, mais precisamente a subserviência do Cardeal Cerejeira ao Presidente do Conselho de Ministro, Oliveira Salazar, que teve a ousadia de expulsar de Portugal o bispo do Porto António Ferreira Gomes após uma carta por este endereçada ao Governo sobre as míseras condições em que viviam os camponeses do Norte de Portugal.

E, finalmente, quem ler este VOTO dispensará saber o escândalo do Patriarca Kirilos, de Moscovo, apoiante incondicional do tirano Vladimir Putin, na bárbara invasão da Ucrânia e suas trágicas consequências.

Em todos estes casos, um denominador comum ressalta à vista desarmada: a ambição indomável do poder político na tentativa de açambarcar e manietar o poder religioso.

Não será, pois, necessário remontar ao Reino Unido, à França, à China ou à Rússia para detectar a armadura satânica dos políticos face às igrejas. Basta subir os socalcos que dão até à Ribeira Seca para vermos as pegadas do(s) dinossauro(s) políticos da minúscula Madeira que, sem escrúpulos de espécie alguma, dominaram e contorceram braços e pernas dos eclesiásticos, a começar pelos bispos residentes, os quais deixaram-se anestesiar como autómatos irresponsáveis  nas mãos do(s) governante(s) da RAM.

Quem um dia fizer a história da Igreja madeirense do pós-25 de Abril há-de constatar a despudorada similitude entre os regimes super-totalitários citados, desde Henrique VIII até à actualidade, com fortes laivos da malfadada dupla Cerejo-Salazarismo do Estado Novo.

Mas se as altas instâncias da  farisaica religião oficial se predispuseram a tão vil traição, houve um Povo que resistiu e disse “Não”!

 Ao Povo Crente da Ribeira Seca – e por extensão ao Povo de Machico – é entregue este merecido VOTO DE CONGRATULAÇÃO pela integridade da Fé e pelo espírito de resiliência que mantiveram ao longo de quase meio século de vivência humana e cristã, coroada pelo reconhecimento público da sua identidade e da idiossincrasia das suas gentes!

 

09.Jun.22

Martins Júnior       

terça-feira, 7 de junho de 2022

SOL DE OURO, PROMESSA DE DIAMANTE, HORIZONTE DE PLATINA

 

Nas ‘Bodas de Ouro’ da Luz e do André, em 4.VI.22

                                                    


Na alcova de um secreto amor

E dessa hora no primeiro alvor

Abriu-se a galáxia cinquentenária

Que hoje é sol sem sombra e sem ocaso

 

Onde os vossos pés passaram

Ficaram os espinhos brilhantes como estrelas

Onde as vossas mãos tocaram

Nasceram douradas palmas carregadas

De primaveras mil

E onde os vossos olhos pousaram

Cresceram Meninos d’oiro e Cravos de Abril

 

 Na Aldeia pequena

Deste vasto mundo

Valeu a Pena

A Maratona-Cinquentena

À conquista do Diamante e da Platina

 

P’ra cantar as Bodas de Ouro

Mais bela estância não houve

Como a  ‘Sala do Egito’

Onde deixastes escrito

Que o vosso Amor sempre novo

Tem a marca de Infinito

 

7.Jun.22, em Barcelinhos e Aldeia de Pena

Martins Júnior

 

 

domingo, 5 de junho de 2022

O ESPIRITO DO AMBIENTE

 




 

Nunca haverá ambiente habitável para corpos e coisas,

 enquanto não houver ambiente puro e saudável dos espíritos .

 

 

O5.jun.22, Dia de Pentecostes  e Dia  Mundial do Ambiente

sexta-feira, 3 de junho de 2022

SEMPRE ANTIGO E SEMPRE NOVO!

                                                                   


Cessem do Sábio grego e do Troiano

As navegações grandes que fizeram

Cale-se de Alexandre e de Trajano

A fama das vitórias que tiveram

Que eu canto o Peito ilustre Lusitano

A quem Neptuno e Marte obedeceram,

Cale-se o que a Musa antiga canta

Que outro valor mais alto se alevanta.

 

Perante a ribalta monumental que hoje se abriu em Machico – o Pórtico das Descobertas – não me ocorreu outra emoção senão aquela com que Luís Vaz de Camões emoldurou o portal homérico da Grande Epopeia Lusíada. Conservadas as relativas dimensões do notável acontecimento hoje ocorrido na Primeira Capitania da Madeira, ouso parafrasear o nosso épico imortal, sublinhando que porei de parte os temas que tinha já agendado, porque hoje eu  canto o Peito ilustre ‘Machicano’ (perdoem-me a protocolar ‘liberdade poética’) que esta cidade desdobrou diante da baía azul e diante dos olhos dos milhares de espectadores/actores que enchiam literalmente toda a área ribeirinha.

Se hoje cá viesse, Luís Vaz não se dedignaria devotar a Tristão Vaz as melhores endechas e as mais delicadas oitavas, à vista do cenário belo e único na Ilha e que dá pelo nome de “Mercado Quinhentista”.

Inspirado no  ‘Achamento da Ilha’ o que se viu hoje em Machico foi uma estonteante revoada humana que se levantou como as ondas gigantes que os marinheiros do Senhor Infante tiveram de ultrapassar naquele “Espesso Negrume” do Atlântico, de há seiscentos anos. Referi acima a expressão “espectadores/actores”, porque a grande originalidade deste evento consistiu no perfeito entrosamento entre os figurantes trajados à época  e a população ali presente.

É outro mundo e é outra atmosfera a essência deste “Mercado Quinhentista”. Sabe a mar e a céu, cheira ao romântico deambular dos ‘torneios’ da corte do ‘Tristão das Damas’, abraça o passado e o presente e traz nas suas asas a candura das crianças saltitando felizes pela Alameda dos Plátanos, seguras pela imponente graciosidade do Forte de Nossa Senhora do Amparo.

Para não desdourar o brilho desta iniciativa, da autoria da comunidade escolar de Machico, merecedora do maior aplauso, não há melhor encómio do que o convite a partilhar presencialmente nos festejos histórico-culturais a decorrer em todo este fim-de-semana.

Decididamente e sem margem de dúvida, Machico é outro aroma e outra canção. Viva!

 

03.Jun.22

Martins Júnior