É
de Louis Pasteur – Diante de uma Criança…
– e é ele próprio quem sintetiza a maior enciclopédia da Infância – Sinto-me cheio de ternura por aquilo que ela
é … e cheio de respeito por aquilo que poderá vir a ser mais tarde.
Ternura;
carinho,
enlevo, encantamento.
Respeito:
apreço, culto, homenagem. E, no limite, medo, pavor.
Criança foi Moisés, recolhido do rio,
amado e educado pela filha do faraó Ramsés II. Mais tarde, o herói libertador
do povo hebreu cativo no Egipto durante 40 anos!
Crianças foram Rómulo e Remo, os dois
gémeos abandonados na selva, alimentados por uma loba. Mais tarde, os dois
lendários fundadores da cidade de Roma!
Criança
foi Nero, mimado na corte imperial. Mais tarde, o crudelíssimo monstro, horror
da condição humana!
Criança
foi Joana d’Arc, nascida e crescida entre as papoilas da planície de Domrémy,
uma infância moldada pela mais estrénua ruralidade. Mais tarde, heroína da
Guerra dos Cem Anos, ‘comandante-em-chefe’ das tropas de Orléans que derrotaram
os invasores ingleses. Queimada na fogueira pelos padres e bispos da
Inquisição. Séculos mais tarde, entronizada nos altares e padroeira de França!
Criança
foi Jorge Bergoglio, menino de bairro, filho de emigrantes, aficionado pelo
futebol sanlorenzista. Mais tarde, o
266º Papa, acérrimo defensor dos Direitos Humanos, ‘Marechal Sem Medo’!
Criança
foi Putin, nascido em berço de desassossego, nutrido de espinhos e carências
tantas. Mais tarde, o hediondo assassino de jovens e crianças e populações
indefesas!
Crianças,
Crianças e mais Crianças – todos foram, desde a criação do mundo. E em que se
tornaram! Santos e demónios, heróis e vilões, libertadores e carrascos.
Perguntam
porquê.
Talvez
Jean Jacques Rousseau já tenha respondido: O
Homem nasce bom. A sociedade é que o corrompe!!!
Já fomos Criança. Hoje somos a Sociedade!
A tal Sociedade!
01.Jun.22
Martins Júnior
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