terça-feira, 13 de julho de 2021

AUTONOMIA A FERRO E FOGO – O TERRORISMO À SOLTA !

                                                                             


Andamos nós - e anda todo o mundo – tremendamente apavorados com as cenas de terror que nos chegam da África do Sul, de Venezuela, de Cuba.  E poucos de nós, talvez, saibamos que em 1975 a Madeira e Porto Santo viviam em cima de paiol de fogo que não deixava ninguém dormir descansado. Abria a manhã e logo éramos ‘metralhados’ por mais um carro incendiado, uma casa destruída, um atentado perpetrado naquela noite.

         Uma diferença, porém, separa os dois cenários de guerra: lá por fora, o povo revolta-se contra os regimes totalitários, castradores do legítimo direito à liberdade. Na Madeira de 1975, o terrorismo organizado pelos corifeus locais da ditadura salazarista tinham como alvo destruir o “Cravo da Liberdade” restituído aos portugueses ilhéus pelo “25 de Abril de 1974”.

         Anda está por fazer a história desse período sangrento aqui no Arquipélago/Região. Há muito enigma por decifrar, há criminosos braçais e boçais escondidos na sombra das noites longas. Um dia há-de chegar  a hora de “Nuremberg”, como chegou para o regime nazi, e então tudo ficará aberto como um manual do mais sofisticado terror urbano. O madeirense do século XXI e seus vindouros têm o direito de saber como nasceu a Autonomia, esta em que vivemos.

         Por tratar-se de um testemunho de quem viveu e sofreu o terrorismo das “botas cardadas” (assim se orgulhavam os estrategas bombistas), vou enunciar apenas alguns tópicos suficientemente elucidativos:

         1º - O arsenal anti-25 de Abril funcionava nos subterrâneos da noite. O seu programa era exclusivamente nocturno, destruidor cego e surdo como a escuridão.. Os estrategas ficavam sempre na rectaguarda, escudados em “boa guarda”. Então, captavam jovens a quem incumbiam duas tarefas operacionais: uma, a de pintar paredes públicas e privadas com a bandeira da independência, acompanhada com palavras de ordem separatistas (“Portugal Fora”, “Rua com os portugueses”, “Morte ao 25 de Abril”). A outra tarefa, essa ignominiosa e criminosa, a de colocar os explosivos nas viaturas e nas residências dos previamente visados, cidadãos promotores dos valores democráticos de Abril. Uma vez caíu-lhes a maldição e foi no Porto Santo quando a bomba explodiu nas mãos do jovem portador antes de chegar ao objectivo.

         2º - Casos houve de desespero fatal, como o de um outro operacional que, após pena de prisão decretada pelo tribunal judicial, suicidou-se na própria cela da cadeia.

3º - Em Julho de 1976, um pacote de 12 Kilos de trotil, armadilhado com explosor eléctrico,  foi colocado sob a antiga Ponte do Seixo, de Água de Pena, para rebentar quando passasse uma determinada camioneta, completamente cheia de gente. Só não rebentou – viemos a saber mais tarde - porque um miúdo de 8 anos, a caminho da escola, (eram 8 da manhã) puxou por curiosidade os fios que accionavam o detonador. Não fora essa coincidência, não estaria eu aqui a prestar este testemunho.

4º - A prova indesmentível do abuso de menores, para o efeito descrito acima em 1º, - vergonhosa pedofilia política – está nas declarações prestadas publicamente há bem poucos dias por um dos tais estrategas nocturnos, dizendo que foi ele “que andou nessa noite a pintar determinadas paredes com as já citadas mensagens separatistas, acompanhando e dirigindo “miúdos de 11, 13 e 14 anos”. Ele próprio o disse.

5º - Um dos jovens ‘mobilizados’ afirmou diante de centenas de pessoas no Largo do Município, em Machico: “Mandaram-nos pintar, porque as pinturas são o anúncio das bombas que vêm a seguir”.

6º - Se alguém tem dúvidas  sobre o colaboracionismo do terrorismo urbano para esta (deles) autonomia, pode consultar o “Diário da Assembleia Regional” e lá há-de encontrar a ameaça repetida de “voltar às botas cardadas”…

7º - E para que não subsistissem equívocos sobre tão despudorado colaboracionismo, aí está a bandeira da Região, colorida e decalcada da bandeira do movimento terrorista que abalou o Arquipélago no lustro subsequente ao “25 de Abril de 1974”.

  Não fica por aqui a saga dessa (deles) autonomia. Compete-nos, sobremaneira, conhecer o chão que pisamos, afim de promovermos a verdadeira AUTONOMIA da nossa terra e das nossas gentes!

 

13.Jul.21

Martins Júnior

1 comentário:

  1. boa noite.... Maravilhosa explanação.....Poderia nos dizer qual seria uma autonomia decente ou se era, ou é, tudo trabalho perdido..... Não era isso o que preconizava no jornal "avante" no seminário....kkkkk

    ResponderEliminar