sábado, 31 de julho de 2021

NA PONTE DOS BONS SINAIS…

                                                                              


Atravessemos a ponte. Doze vezes por ano, a mesma travessia. Entre hoje e amanhã, o mesmo que entre um ano e outro – entre todas as margens que nos levam a um novo projecto e a uma nova estrada. É aí, no tabuleiro da ponte, que se nos antolham, sinalizadas, as estações e os derivas da viagem. Visibilidade e cautela são os semáforos em riste.

E vamos atravessá-la, segurando nas mãos o LIVRO, como o mais amplo código de estrada. É o “modus essendi” de todas as minhas/nossas semanas. Com este ‘gps’ afinado, à ponte segura somar-se-á um rumo securitário. Espelho ou auto-retrato do que somos em público e/ou em privado:

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A ingratidão da espécie – vem em “Éxodo”, cap.16:

Os filhos de Israel, atravessando o deserto, rumo à sua pátria, revoltaram-se contra Moisés, por os haver libertado da escravidão do Egipto: ‘Lá, assim diziam, tínhamos carne nas panelas e pão com fartura. Aqui morremos de fome. Foi para isto que nos trouxestes de lá?...

A frustração do líder libertador!... Onde é que já vimos isto?... A libertação de um Povo não cai do céu nem se a espera na volta do correio: temos que ir buscá-la. E isso tem uma factura: a nossa participação/sacrifício!

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O egoísmo utilitarista – denunciou-o o Nazareno, em Jo. Cap.16;

Este povo vem atrás de mim, mas é para encher a barriga de pão e peixe’…

Mas quem mandou o liturgista romano situar estes textos numa época pré-eleitoral?... O Mestre e Pedagogos dos palestinianos desmontava-lhes a aparente opção  por Ele: ‘ vindes comigo só por interesseirismo”. Hoje, invertem-se os factores: os caçadores populistas correm atrás das presas com cabazes, subsídios, benesses, prebendas e afins… A sofreguidão não tem  máscaras nem limites!

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No mercado do Pão, há mais que a côdea comestível – vem no mesmo capítulo:

Trabalhai, não apenas por essa comida  tão  frágil e caduca, que até apodrece e desaparece. Procurai  pão mais suculento, aquele que  perdura e dá para a vida presente e para a vida futura. Eu sou esse Pão!  

   Na voragem desenfreada pelo papel sonante – imune a todos os detergentes da engenharia do crime – há vida para além do pantanal financeiro corruptor e corrompido! Falta Ideia, falta Espírito, falta Amor!

Na “Ponte dos Bons Sinais”, entre Julho/Agosto de todas as vidas, aí ficam três indicadores de uma passagem segura.

 

31Jul/1.Ago.21

Martins Júnior  

          

1 comentário:

  1. Tão atuais e tão nítidas estas mensagens destas leituras deste domingo. Na verdade, parece que recuamos no tempo ou será que ainda nada aprendemos com a sua incisiva sabedoria?

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